Sempre que novas ondas de calor aparecem, viralizam imagens de termômetros de rua com temperaturas elevadas, acima das máximas realmente registradas. O que deveria ser 40 °C, torna-se, por exemplo, 59 °C, de forma errônea. E o motivo, segundo alertam os órgãos de climatologia, é a imprecisão desses aparelhos, que não podem ser considerados confiáveis para fazer tal tipo de medição por diversos fatores.
A meteorologista do Climatempo Josélia Pegorim explica que, normalmente, os termômetros de rua são instalados sobre o concreto ou asfalto, feitos com materiais que absorvem muito calor. O ideal é que eles ficassem à sombra, longe da interferência do ar quente ao redor.
"Termômetros de rua estão sobre o asfalto e, por isso, mostram temperaturas muito mais elevadas do que aquelas registradas nos termômetros à sombra — colocados de forma tecnicamente correta. O ar ao redor do termômetro de rua está absorvendo mais calor, emitido pelo concreto e asfalto", disse Josélia.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) frisou ainda que alguns aparelhos "podem sofrer desgaste ao longo do tempo por condições climáticas adversas, vandalismo ou simples falta de manutenção". Uma exposição direta ao sol, vento, chuva e outros elementos ambientais também causam instabilidade na medição.
Segundo o órgão, para que uma leitura de temperatura seja considerada oficial, é necessário que ela seja obtida por meio de instrumentos de medição confiáveis.
"Portanto, um termômetro de rua, sem regulagem adequada e sujeito a diversas condições ambientais, não pode ser considerado uma fonte oficial de dados de temperatura", finalizou o Inmet.
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