Dois filhotes de baleia jubarte foram encontrados encalhados no último sábado (8) em praias do Espírito Santo. A situação, segundo um pesquisador, é normal e se deve ao aumento da população da espécie.
Todos os anos, no período de junho a novembro, os animais saem das águas geladas da Antártida, onde se alimentam, e nadam milhares de quilômetros em direção às águas quentes do banco de Abrolhos, entre o Norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia, para se reproduzirem.
O projeto Amigos da Jubarte monitora a passagem das baleias pela costa do Espírito Santo desde 2014. O coordenador do projeto, Thiago Ferrari, explicou que a população da espécie vem aumentando e, consequentemente, há mais registros de encalhe do animal no estado.
No final da década de 80, quando foi declarada a proibição da caça de baleia, o grupo de baleias jubarte foi contabilizado com menos de mil indivíduos. Ou seja, as jubarte estavam praticamente extintas no Brasil. Por causa da proibição e dos esforços para conservação, atualmente temos um grupo de mais de 25 mil visitando o nosso litoral, informou Ferrari.
Por causa desse aumento populacional, o pesquisador explicou que é natural e esperado que a mortalidade do grupo aumente. O principal fator para as mortes são causas biológicas.
Aqui é principalmente por causas biológicas, mas o principal entrave para a conservação de baleias jubarte no âmbito global é a caça. Porém, a gente tem que ter o cuidado com outras questões que é a indústria pesqueira, exploração de petróleo em água profunda, turismo, embarcações em lanchas rápidas e todas atividades que geram impacto, disse.
Ferrari ainda aconselha que, caso uma baleia seja encontrada encalhada, a população não deve tentar devolvê-la para o mar. Isso pode agravar o quadro de saúde dela. A orientação é que o morador ligue para o serviço de monitoramento de praia pelo número 0800-39-5005.
Eu costumo dizer que é parecido com um atendimento de um acidentado no trânsito: mexer porque pode piorar o estado de saúde da vítima. É a mesma coisa com os animais marinhos. Existe um programa de monitoramento de praias vigente no Espírito Santo onde as pessoas podem entrar em contato e solicitar a presença desses técnicos especializados que sabem os protocolos de atendimentos, alertou o coordenador.
O coordenador explicou que quando o animal morre após o encalhe, ele é levado para a necropsia, que aponta a causa da morte. Cada região do estado tem um centro para a análise. Quando a baleia já chega em estado de decomposição, não é possível saber o motivo do óbito.
Com informações do G1 ES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta