Um vídeo curioso que circula em redes sociais tem despertado a atenção de muitos internautas. O registro (veja acima) foi gravado na praia de Barra do Sahy, no litoral de Aracruz, Norte do Espírito Santo. Nele, é possível ver uma quantidade incontável de tanajuras mortas espalhadas pela areia do balneário e também na água do mar, na zona de rebentação (onde quebram as ondas). Entre os insetos, o autor do registro também encontrou algumas caravelas-portuguesas.
O vídeo despertou a curiosidade da reportagem de A Gazeta. Afinal, o que explica o aparecimento de milhares de tanajuras mortas nas praias de Aracruz? Isso teria relação com algum fenômeno climático? E as caravelas... são comuns naquela região?
Levamos esses e outros questionamentos até a prefeitura do município e especialistas. A administração aracruzense confirmou a veracidade do vídeo e informou que o aparecimento de tanajuras e caravelas na região estão ligados ao período reprodutivo das espécies, somado à entrada do vento leste na costa.
O biólogo Fabrício Eller confirma que artrópodes como as tanajuras têm um "boom" reprodutivo em períodos de chuva e calor, como os que estamos vivendo neste início de primavera. "A gente consegue ver "booms" (explosões) até mesmo em períodos veranicos, mas nada estrondoso", acrescentou o especialista.
Entretanto, segundo o biólogo, para entender o real motivo do aparecimento desses animais nas praias de Aracruz, seria necessário fazer um estudo mais amplo sobre o fato. "Ecologia é sempre multifatorial e nem sempre tem uma relação direta clara", explicou.
O biólogo marinho Daniel Motta também pensa da mesma forma. "Precisa de estudos para comprovarmos determinadas situações".
Segundo ele, uma possibilidade para o aparecimento das tanajuras é a mesma dada pela prefeitura e por Fabrício: o voo nupcial.
De acordo com o especialista, as tanajuras têm a capacidade de sentir a diferença de pressão atmosférica e umidade. Por isso, elas antecipam o voo para a reprodução.
Uma possibilidade para elas aparecerem mortas na areia da praia de Barra do Sahy é a de que elas morreram durante o trajeto do voo nupcial. "Como elas chegaram pelo mar, a gente espera que essa população era de Vitória. Nessa revoada, elas não conseguiram se mover devido ao vento forte. Fracas e com fome, elas morreram no mar", disse.
Em relação à caravela-portuguesa, a secretaria de Meio Ambiente da cidade informou que a espécie não é comum nas praias do município. No entanto, as mudanças na temperatura da água e das correntes podem ter trazido elas para a região.
A secretaria alertou que é importante que os banhistas evitem o contato direto com as caravelas, pois, mesmo mortas, podem causas queimaduras.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta