Diante do agravamento da pandemia no país, capixabas têm questionado o Governo Estadual sobre a adoção de lockdown – fechamento das atividades não essenciais e restrição máxima à circulação de pessoas – para conter o avanço do coronavírus no Espírito Santo. Mas por que o Estado não adotou a medida?
Durante o pronunciamento feito na tarde desta segunda-feira (8), o secretário de saúde Nésio Fernandes respondeu a essa pergunta, lembrando que a matriz de risco utilizada no Estado prevê a adoção dela em casos extremos e que colocá-la em prática não depende de opiniões políticas ou sanitárias.
Conforme esclarecido anteriormente por A Gazeta, o lockdown pode virar realidade se a taxa de ocupação das UTIs potenciais do Estado chegar ao patamar de 91%. No entanto, outros indicadores individuais a cada cidade também precisam estar altos, como o número de casos ativos e de óbitos por Covid-19.
"Essa medida é prevista a partir do momento em que estivermos em uma situação de pré-colapso da rede hospitalar. Ao longo do ano, como não chegamos a esse cenário, o Estado conseguiu administrar a evolução da pandemia com o dimensionamento dos leitos", explicou Nésio Fernandes.
Sobre a complexidade de adotar a medida, o secretário destacou os impactos econômicos. "Para sustentar o fechamento de amplas atividades por, pelo menos, três ou quatro semanas, os países sempre contaram com o acompanhamento de agendas econômicas de lideranças nacionais", afirmou.
"Nós, no Brasil, não temos essas condições e fatores. Restrições amplas, como o lockdown, por três dias ou uma semana não são efetivas para combater a pandemia e interromper a curva de casos. Por isso, a decisão do nosso Governo é manter a aplicação da matriz de risco", esclareceu Nésio Fernandes.
No final de agosto do ano passado, o Governo Estadual passou a trabalhar com uma nova matriz de risco. O objetivo era permitir a "convivência" com a pandemia da Covid-19, classificando os municípios em risco baixo, moderado, alto ou extremo – cada classificação com regras específicas.
No entanto, essas definições acerca do que pode ou não funcionar devem sofrer mudanças nas próximas semanas. De acordo com o secretário Nésio Fernandes, haverá revisão nas medidas transversais (que valem para todo o Estado) e nas qualificadas (que valem para cada nível de risco).
"Para isso, teremos um amplo diálogo com a população, com técnicos e especialistas. O fato concreto é que essa nova fase de expansão da pandemia necessita de medidas para controlar a explosão potencial de casos no nosso Estado, a fim de que a gente continue sem colapsar", afirmou.
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