O Ministério da Saúde informou que, na divisão das vacinas enviadas aos estados, seria destinado ao Espírito Santo um lote de imunizantes com 96.492 doses da Coronavac, suficientes para a vacinação de 48.246 pessoas do grupo prioritário, já que são necessárias duas aplicações. Nesta segunda-feira (18), porém, o avião que pousou no Aeroporto de Vitória estava carregado com 101.320 doses, ou seja, 4.828 vacinas a mais do que o divulgado pelo governo federal.
Segundo o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, o excedente de doses é uma medida de segurança adotada em qualquer campanha de vacinação no Estado. Durante entrevista para a Rádio CBN Vitória na terça-feira (19), Nésio explicou que este quantitativo, de cerca de 5% de doses extras, fica à disposição caso haja perda de alguma dose do imunizante.
"Essa diferença é a margem de segurança que nós trabalhamos nas nossas outras campanhas de vacinação, com a expectativa de que algumas doses possam ser perdidas. Pode ocorrer um curto-circuito em alguma câmara fria ou um erro de armazenamento, quebra de frascos, por exemplo. Então, esses 5% a mais, aproximadamente, são a margem de erro que a gente trabalha na logística das vacinas, não só na vacina contra o coronavírus, mas também nas demais", explicou o secretário.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, caso não haja nenhuma perda de doses, as unidades extras do imunizante serão destinadas a profissionais da Saúde, que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. "Se sobrar, as vacinas serão aplicadas em trabalhadores da Saúde, que fazem parte do grupo-alvo neste momento da priorização da vacinação, e que não têm sua população total contemplada com a vacinação", garantiu Nésio.
Portanto, se não houver perda, o excedente de 4.828 doses da Coronavac, que necessita de duas aplicações para atingir sua imunização máxima, permitiria proteger mais 2.414 profissionais da Saúde contra a contaminação do coronavírus.
O grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 no Estado é formado por 42.273 trabalhadores da saúde; 2.970 pessoas maiores de 60 anos residentes em instituições de longa permanência; 210 pessoas maiores de 18 anos com deficiência residentes em Residências Inclusivas e 2.793 indígenas aldeados, totalizando 48.246 imunizados.
Até quarta-feira (20), já haviam sido vacinadas 3.489 pessoas em vários municípios capixabas, dentro da primeira fase de imunização. Para a segunda fase, a Sesa comunicou que a expectativa é realizar uma nova distribuição de doses às secretarias regionais na segunda semana do mês de fevereiro. Até lá, o Espírito Santo deve receber do governo federal mais 70 mil doses, capazes de imunizar 35 mil capixabas.
A expectativa pela chegada dos novos lotes dos imunizantes é grande, mas o governador do Estado, Renato Casagrande, afirmou que o recebimento das vacinas no Espírito Santo será a "conta-gotas" e que a vacinação só ganhará força a partir de março, após o Brasil conseguir os insumos necessários para fabricar os imunizantes e acelerar a campanha.
"Vamos receber até março, pelo menos, vacinas a conta-gotas. Não teremos escala de vacinação, não poderemos levar para as unidades de Saúde grandes quantidades para imunizar a população. Esse é o alerta que fazemos: estamos felizes com o início da campanha, mas o contrato que o governo federal fez com instituições é pequeno", disse Casagrande.
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