Após uma semana de portões fechados, as entradas do campus de Goiabeiras, em Vitória, estão liberadas, mas a greve na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) continua por tempo indeterminado. No último dia 15, os docentes da instituição iniciaram a paralisação das atividades. Por sua vez, os técnicos-administrativos da universidade já haviam começado o movimento grevista em 13 de março.
Desde a oficialização da greve dos professores, cerca de 11 mil alunos dos cursos presenciais estão sem aulas no campus de Goiabeiras. Além disso, no primeiro dia de paralisação, 445 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Experimental de Vitória ficaram sem acesso ao prédio escolar, bancários não trabalharam e alunos do campus de Maruípe não tiveram aulas, já que ficaram sem as refeições que seriam enviadas de Goiabeiras.
Mesmo com os portões ainda fechados, nos dias seguintes, houve a permissão para a entrada dos funcionários do restaurante universitário e também a liberação de acesso para alunos e professores da escola municipal.
Na noite de quarta-feira (17), diante de uma notificação extrajudicial, os professores liberaram os portões do campus de Goiabeiras, mas alunos bloquearam a entrada no dia seguinte.
Nesta segunda-feira (22), segundo a Administração Central da Ufes, os portões estão liberados. Apesar disso, de acordo com a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), a greve de professores continua, assim como a do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes).
“A Administração Central da Ufes segue mantendo diálogo com os representantes dos movimentos, inclusive para a criação de um grupo de trabalho para discutir as pautas apresentadas”, informou a Ufes por meio de nota enviada à reportagem.
Em relação ao funcionamento do restaurante universitário (RU), que foi prejudicado na última semana, a previsão é que o espaço funcione normalmente a partir desta segunda (22), como destacaram a Ufes e o movimento grevista.
Segundo a associação dos professores, a greve continuará por tempo indeterminado. Diferente dos primeiros dias de greve, o órgão afirma que não está mais bloqueando as entradas da universidade. A decisão da Adufes em liberar os portões aconteceu após uma notificação extrajudicial enviada pela reitoria da universidade.
Em greve desde 13 de março, os trabalhadores técnico-administrativos da universidade afirmam que a instituição funciona com um orçamento que regride aos patamares de 2010.
“Entramos em greve após várias rodadas infrutíferas de negociação e seguimos em greve reivindicando que o governo apresente uma proposta concreta de reestruturação de carreira, com recomposição salarial, além de dar resposta aos demais itens da nossa pauta que englobam reivindicações como o fim da suspensão de concursos públicos e a recomposição do orçamento da universidade”, explica o coordenador de comunicação do Sintufes, Daniel Pompermayer.
Responsável pelo bloqueio dos portões na última quinta-feira (18), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) emitiu um comunicado em suas redes sociais afirmando que as reivindicações dos docentes e alunos vêm sendo levantadas “há tempos”, mas sem retorno por parte da universidade.
Agora, os estudantes aguardam por uma sessão extraordinária do Conselho Universitário, marcada para o próximo dia 2 de maio.
"Será construída uma agenda de lutas dos estudantes da Ufes e reiteramos que a retirada das barricadas neste momento não encerra as mobilizações feitas pelo movimento estudantil; só a luta muda a vida e a universidade que queremos", diz o comunicado do DCE.
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