Para quem estava acostumado com o cenário de erosão, a Praia de Meaípe está quase irreconhecível: as obras para aumentar a faixa de areia deixaram a região com um novo visual e as pessoas já estão aproveitando. Imagens recebidas por A Gazeta mostram como está uma das regiões mais famosas de Guarapari.
Se antes o avanço do mar impedia os banhistas de aproveitar o local, agora há espaços até para quadras de vôlei e beach tennis. Nem mesmo o céu encoberto dos últimos dias foi capaz de afastar turistas e moradores, que aproveitaram para curtir a nova orla, tomando sol, entrando no mar ou fazendo exercícios.
Depois de anos de espera, a obra começou em meados do último mês de março. Na época, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informou que o "engordamento" estava sendo feito por meio de uma tubulação que ligava a draga localizada no mar até a areia da praia.
Pelo menos desde julho de 2019, a recuperação da faixa de Meaípe já era uma promessa do Governo Estadual para solucionar a forte erosão que a região sofria e que preocupava moradores e comerciantes locais. No entanto, até agosto do ano seguinte, nem o edital da obra havia sido publicado.
Por causa dos problemas decorrentes do avanço do mar naquela época, ruas de Guarapari chegaram a ser interditadas e o trânsito da ES 060 precisou seguir por desvio depois que parte do asfalto da rodovia cedeu. O calçadão, que havia sido recém-construído, também ficou comprometido.
Autor do anteprojeto e fiscal da obra pelo DER-ES, o engenheiro Pablo Merlo Prata explicou que o trabalho em Meaípe ainda não terminou. "Não vamos aumentar o engordamento, mas estamos fazendo ajustes finais, de nivelamento. A previsão é concluir na próxima quarta-feira, dia 10 de maio."
De acordo com ele, a largura da faixa diminui gradativamente, porque um estudo mostrou que a areia da região Norte, com o tempo, é transportada para o Sul da praia. "Fizemos a faixa mais larga no Norte (de 80 m) e mais estreira no Sul (de 35 m) por causa da expectativa dessa migração", esclareceu.
Ao todo, o DER-ES despejou 1,2 mil m³ de areia, distribuídos em cerca de 3 km de orla. "Vamos ter, pelo menos, dez anos sem manutenção. Depois, vão ter pontos mais suscetíveis à erosão, para os quais pegaremos areia do próprio sistema para compensar, até precisar de um novo preenchimento geral."
Também oceanógrafo, Pablo admitiu que a obra afeta parte da fauna marinha, apesar dos controles ambientais obrigatórios. "A principal prejudicada é a população bentônica, que vive no substrato, mas é um problema reversível, porque o entorno não é tocado e reocupará aquela área", garantiu.
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