Quem passa pela Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, pode ter notado que "falta" um prédio na paisagem. Um edifício centenário foi demolido no início de julho e hoje, no local, há um terreno vazio, uma raridade no bairro histórico. O imóvel de três andares ficava na esquina da praça com a Rua Dionísio Rosendo, que sobe em direção à Catedral Metropolitana.
A Gazeta encontrou registro fotográfico do imóvel desde a década de 1920. Na ocasião, o prédio tinha duas fachadas: uma voltada para a Rua Dionísio Rosendo e outra para a Rua São Diogo (que já não existe mais). Ou seja, não tinha fachada voltada para a Praça Costa Pereira, que na época da construção ainda se chamava Praça da Independência.
A fachada virada para a Dionísio Rosendo foi descaracterizada na década de 1970. Isso porque um projeto de ampliação da rua "cortou" um pedaço do prédio. Já a outra ficou escondida pelos prédios que foram sendo construídos no entorno ao longo do tempo.
Ali funcionaram diversos empreendimentos, inclusive um hotel, uma pensão, uma vidraçaria e uma joalheria. O endereço também abrigou durante anos mais recentes o Foto Diniz, um dos estabelecimentos mais antigos do Centro, onde era possível fazer revelação de fotos analógicas e restauração de fotos antigas na época "pré-Photoshop". Mais recentemente, funcionaram no térreo uma telefônica e uma financeira.
O imóvel, apesar de antigo, não era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nem identificado como de interesse de preservação, pois estava descaracterizado há pelo menos duas décadas. Por conta do estado de conservação, a edificação representava risco para quem passava no local, segundo a Prefeitura de Vitória.
Em imagens, é possível ver que, em 2023, o prédio não tinha mais o telhado, o que facilitava a infiltração da água da chuva dentro do imóvel, que, como era antigo, tinha assoalho de madeira. As janelas e esquadrias também estavam quebradas.
Em 2022, a Comissão Permanente de Vistoria (Copev) detectou que a edificação apresentava risco de queda de material da fachada sobre a calçada e não tinha condições de segurança e salubridade.
Foi recomendado que o proprietário procurasse um engenheiro para que fizesse um laudo a respeito da estrutura do prédio. A análise apontou risco estrutural da edificação. Assim, foi feito um pedido de autorização para demolição.
O dono do terreno, que, segundo apurou A Gazeta, é um empresário de Cariacica, pretende fazer uma loja com mezanino no local.
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