Mesmo com a liberação da Defesa Civil para que vizinhos do condomínio Santos II, que tinha risco de desabar em Nova Itaparica, Vila Velha, retornem às suas casas, alguns deles decidiram se mudar por medo de que a estrutura volte a apresentar falhas e a comprometer os imóveis ao lado.
A reportagem de A Gazeta esteve no local e viu um morador buscando móveis e pertences em seu imóvel no edifício Santos I. Esse prédio foi liberado pela Defesa Civil, mas fica localizado perto do condomínio Santos II, que ainda vai ficar interditado por pelo menos três meses para que a construtora faça uma obra de restauro das pilastras.
Sem gravar entrevista, ele contou à reportagem que decidiu se mudar por receio. Outro morador desse mesmo edifício, o Santos I, segundo vizinhos, também optou por procurar outro lugar para morar. Na rua do condomínio, o dono de um restaurante pequeno também disse que não vai mais usar o ponto comercial.
A reportagem também apurou no local que um grupo de moradores do edifício Santos I acionou uma advogada para entrar na Justiça contra a construtora. Alguns pedem danos morais pelo transtorno que tiveram de ter que ficar quase duas semanas fora de casa, em hotéis ou casas de parentes. Donos de apartamentos também reclamam que os imóveis ficarão desvalorizados diante de tudo que foi exposto.
As pessoas ouvidas não quiseram se identificar. Desde essa quinta-feira (4), os vizinhos do prédio foram liberados a voltar para suas casas depois que a construtora concluiu o trabalho de escoramento do edifício Santos II, o que reduziu as chances de desabamento.
Já os moradores do prédio com risco só tiveram autorização para pegar pertences pessoais dos apartamentos. Eles ainda terão que esperar um trabalho de restauro das pilastras do prédio, que pode demorar de três a quatro meses para ser concluído.
Além do prédio de cinco andares que ameaçava cair, o condomínio Santos II, outros três edifícios da mesma construtora e duas casas — todos localizados no entorno — ficaram interditados por causa do risco de acidente.
Além deles, alguns proprietários de imóveis da região foram notificados sobre o risco de permanecerem no local. Foram cerca de 220 pessoas impactadas diretamente, 60 delas são do condomínio Santos II, o único que permanece interditado.
A reportagem de A Gazeta tentou falar, por telefone, com a defesa da construtora Santos, e também deixou mensagem pedindo um posicionamento, mas não conseguiu contato. Assim que houver retorno este texto será atualizado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta