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Prefeito de Muqui diz que onça atacou animais e sugere retirada de animal da região

Prefeito de Muqui diz que onça atacou animais e sugere retirada de animal da região

Vídeo foi gravado nesta quinta-feira (4), quando uma mula apareceu morta. Segundo prefeito, Cacalo, sua preocupação é que a onça ataque pessoas

Publicado em 5 de maio de 2023 às 19:05- Atualizado há um ano

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A presença da onça-pintada na região Sul do Espírito Santo ganhou novamente repercussão. Em um vídeo que circula nas redes sociais, o prefeito de Muqui, Hélio Carlos Ribeiro Cândido, o Cacalo (PSB), pede que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tome providências e retire o animal das terras do sul, alegando ataques a animais de moradores.

Em um vídeo gravado na localidade de Fortaleza, nesta quinta-feira (4), o prefeito diz que a onça-pintada tem abatido animais da região e com isso, gerado prejuízos. “Queremos que o Ibama tome uma providência, tem produtores aqui tomando vários prejuízos aonde a onça está abatendo animais”. Em outro trecho, ele sugere que a onça deveria ser retirada da região e levada para Sooretama, onde há uma reserva ecológica, “pois ali não é seu habitat natural”.

Cacalo contou que formalizou um pedido de orientações ao órgão federal e também ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). “Minha preocupação é que a onça, que já pegou vários animais, ataque pessoas. Esse é o instinto dela, de pegar animais, mas nós não fomos acostumados a conviver com esses animais”, disse em entrevista a reportagem de A Gazeta.

Segundo o prefeito, na data, eles foram acionados por um produtor rural que teve uma mula abatida, supostamente pela onça. O animal estava próximo ao rio e foi enterrado. “Haviam muitas marcas de pegadas de onça e da mula no local”, afirmou Cacalo.

Uma reunião na associação de moradores de Fortaleza, segundo ele, foi marcada para a próxima segunda-feira (15), com o Iema para esclarecimentos aos produtores.

O órgão estadual respondeu, em nota, que animais de vida livre são de competência do Ibama. O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) tem apoiado no caso e faz parte de um grupo de trabalho interinstitucional que monitora a onça, pois o animal se encontra em uma unidade de conservação sob sua gestão.

Todos os casos de ataques a animais domésticos tem sido vistoriados por este grupo, que também discute estratégias para o convívio com a onça. A captura do animal é a última opção, visto que é um procedimento caro que demanda enorme planejamento.

Também procurado, o Ibama não retornou até a publicação. 

Espécie apareceu no Sul após 27 anos

Muqui é um dos municípios que possuem terras que integram o Monumento Serra das Torres (Monast), unidade ambiental que engloba partes ainda de Atílio Vivácqua e Mimoso do Sul. A reserva é administrada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

No dia 27 de fevereiro deste ano, no município vizinho de Mimoso do Sul, houve um registro da onça-pintada por meio de uma armadilha fotográfica. A espécie não era vista no Sul do Estado desde 1996.

A coordenadora do Projeto Felinos e Professora Titular na Universidade Vila Velha, Ana Carolina Srbek de Araujo, especialista no assunto, explicou que há onças-pintadas no Espírito Santo, mas a espécie, atualmente, está restrita ao Norte do Estado, na região conhecida como Complexo Florestal Linhares – Sooretama.

Sobre a possibilidade de ataques a humanos, a especialista conta que o risco é baixo. “Não podemos dizer que não existe risco, mas o risco é baixo. Ataques a humanos são muito raros. No Brasil, há relatos na Amazônia e no Pantanal, mas mesmo nestes biomas são infrequentes. A tendência dos animais é fugir. Ataques por animais silvestres, de qualquer espécie, geralmente ocorrem quando eles se sentem ameaçados. Eles atacam para se defender”, explicou.

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