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Prefeitura de Vila Velha desiste de demitir professores temporários

Prefeitura de Vila Velha desiste de demitir professores temporários

Medida tinha gerado insatisfação entre educadores; em nota o município informou que os profissionais serão mantidos após “avaliação técnica de necessidade do efetivo, para realocação dos contratados, de acordo com a necessidade da gestão escolar"

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 12:41

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Vila Velha investe mais de R$119 milhões em escolas, alunos e professores
Escola da rede municipal de Vila Velha: processo seletivo para contratar profissionais para as unidades de ensino está aberto. (Everton Thiago/Secom PMVV/Divulgação)

A Prefeitura de Vila Velha desistiu de rescindir o contrato de professores em Designação Temporária (DT) da rede municipal neste mês de dezembro. O desligamento havia sido confirmado pela gestão municipal e pegou os trabalhadores de surpresa na terça-feira (27). Na ocasião, a informação era de que cerca de 2 mil professores seriam desligados. 

Em nota, a PMVV informou que “os servidores em designação temporária com contratos recentes serão mantidos para continuidade do projeto pedagógico no ano letivo de 2023”. No texto não é informado quantos professores temporários devem permanecer atuando na cidade.

Acrescentou no mesmo texto que, para a medida ser viabilizada, “haverá avaliação técnica de necessidade do efetivo, para realocação dos contratados, de acordo com a necessidade da gestão escolar”. 

O município também decidiu manter a nova seleção para contratar profissionais temporários para atender a rede de ensino da cidade. As regras desse processo seletivo também são questionadas pelos professores.

Em nota, a prefeitura informou que o processo seletivo “permanecerá nos moldes já informados. No entanto, haverá seleção de especialistas para projetos pedagógicos específicos. Informaremos em breve o prazo de inscrição”.

Polêmica

O desligamento dos DTs, que chegou a ser anunciado, pegou os trabalhadores de surpresa na terça-feira (27) e gerou insatisfação entre educadores, que apontam problemas na dispensa. Além disso, no mesmo dia, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) abriu nova seleção para contratar profissionais temporários para atender a rede de ensino da cidade. Regras desse processo seletivo também são questionadas.

A "demissão em massa", como tem sido chamada a rescisão do contrato de DTs por educadores, teria incluído até mesmo profissionais com menos de um ano de atividade. Segundo eles relatam, a dispensa está com data de 23 de dezembro, no entanto alguns professores, desavisados, teriam permanecido após esse dia nas escolas. Por essa razão, reivindicam o pagamento dos dias trabalhados após o encerramento do contrato.

A Prefeitura de Vila Velha afirmou que a rescisão do contrato estava dentro da legalidade e acrescentou que, nos últimos dois anos, a Secretaria de Educação investiu em profissionais efetivos. No período, conforme a administração municipal, 1.167 profissionais foram efetivados.

Outro alvo de críticas é o processo seletivo aberto pelo município que não estaria em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação. A seleção prevê que profissionais com titulações diferentes recebam a mesma remuneração — um professor apenas com graduação teria o mesmo salário de um profissional com doutorado, por exemplo, o que contraria a legislação voltada à valorização do magistério.

"O prefeito criou um processo seletivo em que o salário não daria nem R$ 1.600. As pessoas que têm doutorado, mestrado, pós-graduação não iriam receber pelo título, e sim o valor de graduado, que é inferior. Eu, por exemplo, tenho mestrado e acho isso injusto. É contra a lei", comenta a coordenadora. 

Uma assembleia com os professores temporários foi agendada pelo Sindiupes, que representa a categoria, em frente a sede municipal, na manhã desta sexta-feira (30). Assim que obtivermos mais informações sobre o que foi decidido, este texto será atualizado.

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