A postura de um pediatra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, indignou o pintor Vander Fernandes, que levou a filha, uma criança, para ser atendida no local na noite de sábado (12). O médico teria dito ao pai da garota que ele “só estava ali porque era de graça”. A Secretaria Municipal de Saúde dispensou o profissional, identificado como Alberto Chamovitz, que não será mais autorizado a prestar atendimento nas unidades públicas da cidade.
"Quando eu falei que ela não teve febre, ele disse que eu estava de brincadeira, que isso era coisa de ser tratada em casa, com água e sal, e que eu só estava lá porque era gratuito. Eu ainda perguntei se ele nem faria exame na garganta da criança", lembrou Vander, em entrevista para a TV Gazeta.
Após a declaração do médico, conforme o relato de Vander, o pai começou a registrar uma denúncia em vídeo, e, ao perceber a gravação, o médico tentou derrubar o celular usado na filmagem. A criança, que assistia a tudo, começou a gritar e chorar. "É um mau profissional por falar que eu só trouxe minha filha aqui porque aqui é de graça", acusou o pintor.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Vila Velha informou que “a criança foi atendida e medicada por outro médico pediatra de plantão e seguirá sob cuidados com consulta de retorno já devidamente marcada. Tanto o pai quanto a filha foram acolhidos pelo serviço social e a queixa foi recebida.”
A pasta destacou ainda que "a conduta do médico Alberto Chamovitz não representa a gestão de saúde do município, profissionalizada e humanizada a partir do ano passado e, por isso, ele não atenderá mais na UPA de Riviera da Barra e em nenhuma outra unidade pública municipal. A empresa contratada para administrar a UPA já foi comunicada".
O médico, por sua vez, informou que já acionou um advogado. "Logo que possível entrarei em contato através do mesmo. Tudo será conduzido seguindo os trâmites legais".
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) também foi procurado pela reportagem, mas informou que somente se pronuncia sobre casos que são, oficialmente, denunciados à autarquia e depois que sejam feitos todos os procedimentos legais".
“Todo paciente tem direito a fazer a denúncia, que será submetida à sindicância e, em caso de indícios de infração ética, a processo ético-profissional. O profissional denunciado tem garantido o direito a ampla defesa”, ressalta a entidade, também em nota.
Já a Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES) informou que, até a tarde deste domingo (13), nenhuma ocorrência com essas características havia entregue na Delegacia Regional de Vila Velha, e explicou que para haver investigação criminal é necessário que a vítima registre o boletim de ocorrência.
Após Vander publicar os vídeos nas redes sociais, mais pessoas relataram terem passado por situações parecidas com o mesmo médico. Milena, mãe de uma criança de 2 anos, contou à reportagem da TV Gazeta que viveu um constrangimento durante uma consulta com o profissional. Ela só conseguiu levar o bebê à noite na UPA, quando saiu do trabalho, e ouviu do médico que aquela hora não era hora de criança passar mal.
"Aí eu falei com ele que não sabia que tinha horário para criança passar mal e, muito menos, para fazer exame num Pronto Atendimento 24 horas.", relatou.
Milena ainda disse que, assim como foi mostrado no vídeo de Vander, o médico não usava máscara durante o atendimento à filha dela. "O tempo todo, quando eu entrei na sala, ele sem máscara."
Com informações da TV Gazeta
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