A Prefeitura de Vitória iniciou as obras para conter uma estrutura rochosa no Parque Pedra da Cebola, na Mata da Praia, que corre risco de desabar, segundo relatório feito pela Defesa Civil do município. O custo das obras ultrapassa R$ 1,6 milhão.
O laudo que a reportagem de A Gazeta teve acesso com exclusividade em novembro de 2022 revelou que o grau de ameaça era de número 4, o maior em uma escala técnica. O contrato entre a empresa responsável pelas obras e a prefeitura foi assinado no dia 27 de março e publicado no Diário Oficial do município na terça-feira (4). O prazo para conclusão das obras é de um ano, contando a partir da data de assinatura.
De acordo com o divulgado pela Prefeitura de Vitória, a Sociedade de Obras e Projetos de Engenharia (Sope) é a empresa responsável pela obra e deve promover a contenção de encosta na Pedra da Cebola, no bairro Mata da Praia, em um prazo de 365 dias.
A denúncia sobre o problema foi feita em novembro e 2019, após o deslizamento de pequenas rochas. A interdição, no entanto, ocorreu quase três anos após a primeira reclamação. A falha está em um paredão rochoso, próximo ao campo gramado do parque, onde animais de estimação, corredores e ciclistas passam.
De acordo com o secretário de Obras de Vitória, Gustavo Perin Teixeira, os trabalhadores já estão no local e, apesar de o prazo oficial ser de um ano, a prefeitura do município espera concluir a proteção da encosta em até seis meses.
O secretário explicou que não há intenção de cortar ou retirar qualquer parte da rocha, mas construir e aplicar estruturas para proteger e impedir que pedras se soltem. Serão usadas telas especiais e tirantes de aço.
"Usaremos os materiais para fixar as rochas. Serão contrafortes, estruturas de concretos que impedem o desprendimento das pedras", afirma o secretário.
Casos como o da Pedra da Cebola são caracterizados como risco geológico. Com base no relatório apresentado pela Defesa Civil, o geólogo Pedro Henrique Brandão explicou à reportagem de A Gazeta em novembro de 2022 que há evidências de instabilidade do talude — que é a inclinação da encosta — e também de rolamento de blocos rochosos.
Brandão detalhou os fatores que são considerados para a classificação do risco, que vão de R1 (mais baixo) a R4 (mais alto).
"Para medir o seu grau de risco, são levados em conta a probabilidade do risco, as consequências do possível desastre, vulnerabilidade e grau de gerenciamento do problema, conforme a Defesa Civil do Espírito Santo e o Serviço Geológico do Brasil", afirmou o especialista.
A Prefeitura de Vitória foi procurada em novembro de 2022, data de publicação da reportagem que abordava sobre o risco de desabamento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Obras de Vitória (Semob) informou que ainda estava em busca de empresas para realizar as obras de contenção no parque. Um edital foi lançado no dia 21 de agosto de 2022.
Na época, a secretaria detalhou que o primeiro colocado havia desistido de participar do certame. Já a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) afirmou em nota que, assim que teve conhecimento do relatório, foi providenciado o isolamento da área, com tela laranja instalada a mais de 15 metros da área de risco.
Após a reportagem demandar a administração municipal, uma placa indicando que o trecho está interditado foi colocada na área de risco, como mostravam fotos enviadas pelo morador José Júnior.
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