> >
Prefeitura proíbe catadores de papel em bairros de Vila Velha

Prefeitura proíbe catadores de papel em bairros de Vila Velha

Lei foi publicada no final do mês passado e está causando polêmica; administração diz que é para proteger trabalhadores, mas há quem acredite em discriminação

Publicado em 1 de abril de 2023 às 17:03

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Catador de recicláveis foi morto em Vila Velha
Carrinho usado para recolhimento de material reciclável: atividade foi proíbida em áreas de Vila Velha. (Roger Santana | TV Gazeta)

Uma atividade que possibilita renda para centenas de trabalhadores está proibida em bairros Vila Velha. No final de março, foi publicada uma lei que coíbe a circulação dos carrinhos dos catadores de recicláveis, que são movidos por propulsão humana, em vias do município, na orla e próximos a terminais de ônibus. A proposta, segundo a prefeitura, é proteger esse público de exploração, mas há quem acredite em discriminação. 

A Lei 6.803, que foi discutida e aprovada pela Câmara Municipal, proíbe a circulação nos seguintes termos:

Em entrevista para a TV Gazeta, a secretária municipal da Assistência Social, Letícia Goldner, assegurou que o objetivo principal da lei é o cuidado com a vida humana. "É preservar a população de Vila Velha que trabalha com reciclável hoje porque nós observamos a exploração por parte dos ferros-velhos", afirmou. 

Para Daniela Santana, dona de um depósito de reciclável, a nova legislação é indício de preconceito. Ela conta que os argumentos em encontro para discutir a implementação da medida foram diferentes do que agora é apresentado pela administração municipal. 

"Engraçado que nessa mesma reunião que houve com a prefeitura, nessa sessão, um dos vereadores citou que eram feios os carrinhos na orla, que era prejudicial para o turismo. Então, isso é um problema social e urbano ou é uma discriminação velada contra os catadores de recicláveis", questionou, também em entrevista para a TV. 

Da Pastoral de Rua de Vila Velha, Eustáquio Xavier também se mostra indignado com a legislação. Ele observa que pessoas cuja subsistência depende de recicláveis é um problema estrutural, que não começou agora, mas sua percepção é que é mais fácil fazer lei e proibir, excluindo essa população, do que oferecer assistência.

A administração municipal informou que a medida foi debatida nos últimos dois anos, período em que também foram definidas algumas estratégias para dar apoio aos catadores. 

"Para a assistência, é sempre assim: cada munícipe é um munícipe. Então, a gente vai fazer a escuta e vai fazer os encaminhamentos. A assistência é a porta de entrada e a propulsão para levá-los para as outras políticas, como desenvolvimento econômico, saúde, educação e todas as outras que necessitarem e nos colocarem nesses diálogos", assegurou Letícia Goldner.

Com informações do ES1 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais