O cachorro encontrado preso e abandonado após ficar 13 dias na varanda de um apartamento no bairro Jardim Camburi, em Vitória, que foi resgatado pela Guarda Municipal no último sábado (29), segue sob cuidados em uma clínica veterinária e não tem previsão de alta. O animal estava sem água para beber e com a saúde precária quando foi resgatado. Segundo a Prefeitura de Vitória, a tutora, que está viajando, precisará se defender e explicar os motivos de ter deixado o cão na varanda para evitar que ele seja encaminhado para a adoção.
O procedimento administrativo terá decisão final da Prefeitura de Vitória, que vai analisar a defesa da mulher para definir se o cachorro voltará para a tutora ou se será encaminhado para adoção. Não há informações sobre a identidade da tutora.
Segundo a administração municipal, o caso foi registrado como maus-tratos na Delegacia Regional de Vitória. O cachorro foi resgatado após vizinhos registrarem em fotos e vídeos a situação do cachorro. Após a denúncia, equipes das secretarias de Meio Ambiente e Segurança Urbana foram ao local, entraram na residência e resgataram o cachorro. Ele é da raça Yorkshire e tem dois anos de vida.
De acordo com a chefe de equipe de Guarda Municipal de Vitória, Marymilia Martins, foi constatado que o animal estava sofrendo com abandono e maus-tratos.
"O local tinha muitas fezes secas, dava para perceber que eram de muitos dias. Tinha pouca ração, já não tinha água. O animal estava trêmulo, assustado e com indícios de desidratação", detalhou a guarda, que participou da ocorrência.
Após passar por exames clínicos e laboratoriais, foi identificado que o cachorro estava com dermatite na barriga. De acordo com a Prefeitura de Vitória, o cão segue sob cuidados.
Durante o resgate, agentes da Guarda Municipal conversaram por telefone com a proprietária do imóvel, que se identificou como tutora do cachorro. Segundo informado inicialmente por moradores, o animal estaria abandonado desde o dia 16 de julho - informação confirmada pela Guarda Municipal.
Segundo Marymilia Martins, o estado de saúde do cachorro poderia piorar ainda mais caso os vizinhos não tivessem feito a denúncia à prefeitura.
De acordo com a Prefeitura de Vitória, o caso foi registrado como maus-tratos na Delegacia Regional do município. Informou ainda que aguarda o retorno da tutora para definir se o animal será devolvido ou não para a mulher. Há a possibilidade de o cachorro ser encaminhado para a adoção. Segundo a prefeitura, a tutora terá espaço para defesa antes que haja qualquer decisão. Até o início da tarde desta terça-feira (1), o cachorro segue sob cuidados da administração municipal.
A prefeitura cita que a decisão será tomada conforme o decreto municipal de número 21.311, de 2022. O texto, publicado no ano passado, estabeleceu o "PataVix", que tem o objetivo de promover políticas públicas para resgate, recuperação e reintrodução na sociedade de animais em situação de risco.
O decreto reforça que animais em situação de maus-tratos devem ser resgatados e apreendidos
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada na Guarda Municipal de Vitória e encaminhada, inicialmente, para o 5º Distrito Policial de Vitória. O caso segue sob investigação da corporação.
A Polícia Civil destacou que a população pode denunciar, por meio do Disque-denúncia (181), qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem as polícias na elucidação de delitos ou infrações. A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado.
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Espírito Santo que investiga maus-tratos a animais informou que o caso de abandono do cachorro na varanda em Vitória já está sendo apurado pelo grupo. Em nota assinada pela presidente da CPI, deputada estadual Janete de Sá, foi informado que a tutora do animal deve ser ouvida na Ales.
"A equipe está em contato com as autoridades que atenderam a ocorrência, fazendo levantamento com o síndico do condomínio e com a tutora do animal, para que os envolvidos sejam ouvidos em oitiva na Assembleia Legislativa", afirmou.
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