Diante da recomendação por parte da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), na última sexta-feira (17), no sentido de aconselhar a retirada imediata da hidroxicloroquina de todas as fases do tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus a reportagem de A Gazeta buscou o posicionamento dos municípios da Grande Vitória sobre o assunto.
Em entrevista coletiva concedida nesta tarde (20), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que cada gestor municipal deve avaliar a estratégia de combate à Covid-19 a ser implementada, de forma individual, incluindo a decisão sobre o uso da medicação.
"Além do Estado do Espírito Santo, a Sociedade Brasileira de Infectologia aponta, de forma mais explícita, que de fato não existem evidências científicas suficientes para recomendar o uso de cloroquina para pacientes leves, moderados ou graves. Então eu compartilhei com os secretários municipais de saúde a recomendação da SBI no mesmo dia em que foi publicada e agora compete a cada gestor municipal, com sua autoridade sanitária, levar em consideração todas as opiniões publicadas, de maneira que consigam definir, em cada município, qual é a estratégia mais acertada para o enfrentamento a esta doença", disse Nésio Fernandes.
A Prefeitura de Vitória (PMV) informou, por meio de nota, que seguirá orientações oficiais, no sentido de deixar a cargo dos médicos a decisão pelo uso ou não da cloroquina. Confira na íntegra:
"A Prefeitura de Vitória informa que seguirá as orientações do Ministério da Saúde (MS), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM), bem como da Associação Médica Brasileira (AMB), que emitiu nota ontem (19/7/2020). Todos recomendam autonomia para os médicos que desejam receitar medicações no tratamento precoce do coronavírus. Lembrando que o tratamento precoce consiste na associação de várias medicações, e não um só medicamento, com resultados positivos apresentados em vários locais do Brasil e do mundo. Nesse momento de emergência sanitária, em que não é possível o consenso científico, a Prefeitura de Vitória reafirma sua posição de delegar ao médico a autonomia para receitar de acordo com sua convicção, treinamento e responsabilidade médica, cabendo à Prefeitura fornecer as medicações receitadas pelos médicos, conforme protocolos estabelecidos".
A Prefeitura de Vila Velha (PMVV) reforçou nota técnica publicada no Diário Oficial do Município no dia 14 de julho, que diz que os médicos devem ter autonomia e liberdade profissional, devendo ter as prescrições atendidas nas farmácias. Apesar disso, o município afirma ter conhecimento sobre estudos que demonstram que a hidroxicloroquina não apresenta benefícios a pacientes com a Covid-19.
Por meio de nota, a Prefeitura da Serra (PMS) informou que "a prescrição médica é um ato de responsabilidade exclusiva do médico. A prefeitura da Serra não recomenda o uso da hidroxicloroquina, por falta de estudos científicos que comprovem a sua eficácia".
A Prefeitura de Viana se posicionou no sentido de que não adotou o uso da hidroxicloroquina no protocolo de tratamento da Covid-19.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Cariacica informou, por meio de nota, que o protocolo de utilização da cloroquina ainda está em avaliação pela equipe técnica do município.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta