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Queimadas sobem no ES e incêndios destroem área de 85 Maracanãs em 2024

Queimadas sobem no ES e incêndios destroem área de 85 Maracanãs em 2024

Monitoramento por satélite realizado pelo MapBiomas Fogo indicou que 1.587 hectares foram queimados no estado de janeiro a maio; Norte capixaba é região com mais incêndios

Publicado em 5 de julho de 2024 às 09:10

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Incêndio atinge área de vegetação em São Mateus
Incêndio atinge área de vegetação em São Mateus. (Corpo de Bobeiros)

Com a chegada do inverno, o tempo fica mais seco e o período é conhecido pelo aumento de queimadas. Mas uma junção de altas temperaturas e ação do homem mostra um cenário preocupante não só no Pantanal, que bateu recorde de queimadas neste ano, mas também no Espírito Santo.

Segundo informações do MapBiomas, imagens de satélite mostram que de janeiro a maio deste ano foram queimados 1.587 hectares de mata nativa, o equivalente a 85 estádios do Maracanã (campo tem 186.638 m²). Esse número também representa um aumento de 118% em relação ao mesmo período no ano passado, onde foram queimados 727 hectares, o que significava aproximadamente 46,1 Maracanãs.

A partir das imagens e do estudo, foi possível ver que as áreas que mais registraram aumento de queimadas no Espírito Santo ficam no Norte do estado, nas cidades de Linhares e São Mateus.

QUEIMADAS NO ESPÍRITO SANTO

    • 2023 (janeiro a maio): 727 hectares
    • 2024 (janeiro a maio): 1587 hectares

Local no Espírito Santo onde mais registrou queimadas fica no Norte do estado
Local no Espírito Santo onde mais registrou queimadas fica no Norte do estado. (Divulgação/MapBiomas)

O MapBiomas é uma iniciativa que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia focada em monitorar a cobertura e uso da terra no Brasil. O MapBiomas Fogo produz o mapeamento mensal e anual das áreas queimadas no Brasil por meio do processamento imagens geradas por satélites.

A coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, Vera Arruda, explicou que atividades ilegais ligadas aos desmatamento são um dos fatores que pioram as queimadas. "Estado tem enfrentado alguns períodos de seca, com a chegada do inverno isso se agrava, além das mudanças climáticas que trazem o aumento da temperatura. Juntamente a esse cenário temos a vegetação mais seca e propensa a pegar fogo. Mas a fonte inicial se deve principalmente a partir atividades humanas na agricultura", iniciou.

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O fogo é usado para limpeza de terrenos, para remover a vegetação nativa e ele pode se alastrar. Além das atividades ilegais ligadas ao desmatamento. E também, por ser uma região litorânea, o vento pode ajudar a contribuir nessa propagação do fogo

Vera Arruda
Coordenadora técnica do MapBiomas Fogo
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Biomas em chamas

Pantanal, Amazônia e Cerrado são os três biomas que registraram uma disparada nos alertas de focos de calor. Já são quase 700 mil hectares queimados, em 2024, no Pantanal. Quase 5% de todo o bioma.

O governo tem dito que o recorde de queimadas no Pantanal é provocado por uma conjunção de fatores, mas, principalmente, pela seca extrema na região, registrada antes do período considerado normal para a estiagem.

Os cinco Estados com maior número de focos de calor no Brasil, de janeiro até o final de junho, são:

  • Mato Grosso: 8.249 focos
  • Roraima: 4.627 focos
  • Mato Grosso do Sul: 3.853 focos
  • Tocantins: 3.226 focos
  • Maranhão: 2.176 focos

Todas as áreas queimadas no Espírito Santo que foram analisadas são de vegetação nativa de Mata Atlântica. Embora não seja um dos biomas que mais queimou no ano, a coordenadora alertou que por ser um bioma pequeno, qualquer perda já é significativa.

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No começo do ano, a Amazônia era o bioma que mais tinha queimado, e agora está entre o Cerrado e o Pantanal. A Mata Atlântica é um dos biomas que não está no ranking dos que estão queimando mais, mas por ser um dos mais degradados do país. Então, ele já tem uma menor porcentagem de vegetação nativa. Por isso, qualquer fogo que acontece, por mais que não tenha uma área queimada tão grande, o estrago é devastador e preocupante

Vera Arruda
Coordenadora técnica do MapBiomas Fogo
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Prevenção

O Corpo de Bombeiros do Espírito Santo também registrou um aumento no número de incêndios combatidos em relação ao ano passado. De janeiro a maio de 2024, foram 786 focos e, em 2023, 601. O maior número de chamados também foi registrado no Norte do estado.

Major Ramon Magevski, que faz parte da diretoria de operações da corporação, explicou que a tecnologia é uma aliada para ajudar a controlar as chamas.

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Todo ano, os militares se prepararam, planejam e treinam para o período mais seco do ano, que dessa vez aconteceu até antes do esperado. Na prevenção, atuamos com drones, principalmente em caso de áreas mais extensas. Eles auxiliam para termos um visual de cima e também para identificar os principais focos e otimizar o combate

Major Ramon Magevski
Diretoria de operações do Corpo de Bombeiros 
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Os bombeiros atuam principalmente através de chamados de focos de queimadas. Mas também monitoram um painel do fogo com imagens de satélites.

A partir disso, é possível identificar se as ocorrências foram atendidas e até mesmo enviar uma equipe para fazer inspeção no local.

*Com informações da repórter Viviane Lopes, do g1 ES

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