> >
Primeira turma de curso na Ufes comemora 50 anos de formados

Primeira turma de curso na Ufes comemora 50 anos de formados

A turma, que se formou em dezembro de 1972, decidiu marcar um encontro há duas semanas. Eles relataram a alegria de rever os amigos e lembrar das histórias da juventude.

Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 14:35

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Turma se encontra para celebrar os 50 anos de formados na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Turma se encontra para celebrar os 50 anos de formados na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) — Foto: Arquivo Pessoal. (Arquivo Pessoal)

Há exatamente 50 anos, no dia 16 de dezembro de 1972, um grupo de cerca de 42 estudantes subia no palco e ganhava o primeiro diploma de Letras com habilitação em Português e Espanhol da história da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Para celebrar o chamado “Jubileu de ouro” – quando se completa 50 anos desde a formatura –, eles se reuniram no último dia 3 de dezembro, em Vitória, e relembraram os velhos tempos.

Professora aposentada e secretária, Gilza Nery Barcelos, de 73 anos, conversou com o g1 sobre a emoção de rever os colegas de classe. Aproximadamente 13 deles marcaram presença no encontro (com blusa personalizada e tudo).

Camisas personalizadas continham os nomes dos alunos
Camisas personalizadas continham os nomes dos alunos . (Arquivo Pessoal)

“A chegada de cada colega era uma explosão de alegria e felicidade. A impressão durante o almoço foi de que estávamos novamente juntos, como se nunca tivéssemos nos afastado. Agradecemos a Deus por esse privilégio”, afirmou.

Segundo ela, esses encontros eram frequentes entre alguns dos amigos, normalmente a cada cinco anos, mas precisaram ser interrompidos por conta da pandemia da Covid-19.

“Os encontros não se iniciaram logo após a formatura, mas, depois do primeiro, sempre marcamos uma data para nos encontrarmos. Tínhamos um marcado para o mês de fevereiro antes da pandemia, que foi cancelado”, afirmou.

Gilza Nery também contou que a turma era bastante unida, o que propiciou uma conexão entre eles, seja dentro da sala de aula, seja fora. O curso teve início em 1969. Até os professores eram incluídos nas brincadeiras e nos vínculos que foram construídos.

“Sempre fomos unidos e alegres – e até um pouco bagunceiros. Mesmo durante o curso, promovíamos festinhas e contávamos com a presença de alguns professores".

Desafios da educação

Naquela época, segundo a professora, ingressar no ensino superior ainda não era tão acessível, forçando os alunos a conciliar os estudos com o trabalho formal. Alguns deles, inclusive, seguiram outros rumos profissionais fora da Educação

"Todos trabalhavam durante o curso. Alguns não exerciam função na educação e creio que, após o curso, também não o fizeram. A maioria viveu a experiência da sala de aula com todos os desafios e implicações dessa função. A educação era levada mais a sério”, criticou.

Turma de 1969 já se reencontrou outras vezes nos últimos anos
Turma de 1969 já se reencontrou outras vezes nos últimos anos. (Arquivo Pessoal)

Para ela, que chegou a ficar longe da sala de aula por algum tempo, a realidade da Educação se transformou muito dos anos 1970 para cá.

“Afastei-me por muitos anos e, ao voltar, encontrei outra realidade. A qualidade caiu e os resultados, o desempenho dos estudantes, tornaram-se frustrantes”, lamentou Gilza.

Aqueles que se foram

Quem também se formou no curso, mas acabou indo para o ramo da odontologia anos depois, foi o dentista e professor Haroldo Deps Almeida, de 72 anos. Devido à união do grupo, ele lembrou dos que se foram e que fizeram falta no encontro do dia 3 de dezembro.

“Éramos 46, mas alguns já partiram. Creio que hoje somos 38. A maioria de nós já passou dos 70 anos de idade. São 50 anos desafiando memórias e a falta dos que já partiram”, afirmou.

Segundo a ex-aluna e professora aposentada Maria da Conceição Aparecida Guedes Pedroni, de 72 anos, a previsão é que os encontros continuem sendo feitos com ainda mais frequência.

“Temos muito orgulho da carreira que seguimos e da nossa contribuição para a educação do nosso estado. Gratidão a Deus e aos grandes mestres que tivemos. Pretendemos continuar com os encontros de café e prosa. É pura alegria lembrar do nosso tempo de universitários”, ressaltou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais