As folhas do mandiocal já faziam tanta sombra sobre as pimentas plantadas embaixo que Fernando Broseghini, de 35 anos, queria dar fim à plantação de mandiocas, o que foi consumado neste domingo (31) quando o produtor rural fez a colheita dos tubérculos na zona rural de Jaguaré, no Norte do Espírito Santo.
No trabalho de colheita, uma dificuldade: as plantações de mandioca costumam ter muitas raízes e a retirada não é tão fácil. Desta vez, no entanto, parecia estar ainda mais difícil. “O trabalho todo de colheita das mandiocas levou umas quatro horas”, conta Fernando.
A demora e a dificuldade tem uma explicação. Uma das mandiocas pesava 20 kg e tinha quase dois metros de comprimento. Segundo Fernando Broseghini, essa foi a maior, mas as outras colhidas também são grandes. “Enchi 26 carrinhos de mão com as mandiocas. No total deu duas caminhonetes cheias.”
O tamanho do tubérculo não sofreu influência de agrotóxicos ou insumos agrícolas, o que enche ainda mais Fernando e a família de orgulho: “Para a gente da agricultura é satisfatório plantar e encontrar um produto daquela qualidade, sem uso de agrotóxicos.”
A plantação do produtor rural foi feita por acaso, sem pretensão: “Plantei uns pés pingados. A gente tem esse costume italiano de quando chove, a gente vai lá e planta uma coisinha ou outra. Quando vimos, a roça estava cheia.”
Fernando, que não tinha nem intenção de lidar com a plantação de mandioca, tem agora uma grande colheita para dar conta. Na manhã desta segunda-feira (31), ele levou a produção para um conhecido da região, que produz farinha. “Um pouco vai para o consumo e o resto vamos tentar vender”, afirma.
Apesar da possível venda, Fernando conta que plantar assim é mais para a satisfação pessoal e menos para o financeiro. Questionado sobre a vida no interior, o produtor define a paixão pela terra em uma frase: “A gente que mora na roça vai à cidade somente para pagar conta”, finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta