No próximo domingo (24), os candidatos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vão testar suas habilidades nas áreas de Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza. E para Mário Broetto, professor de Química e diretor pedagógico do Centro Educacional Leonardo da Vinci, também será dia de prova.
Este é o quinto Enem que o professor participa. Em 2016, quando fez o primeiro exame, Broetto percebeu que como educador precisava entender sobre o que estava falando e também aprimorar técnicas a partir do conhecimento prático.
"Eu sou de uma época pré-Enem enquanto era aluno. Depois passei a trabalhar com educação, mas o Enem teve uma mudança muito significativa em todo o processo do ensino médio e de preparação. Eu tinha que conversar com meus alunos e eu era diretor também de escola. Acabava que me sentia um pouco inseguro de conversar sobre uma coisa que eu não vivenciei. Então, eu decidi vivenciar o Enem para enriquecer meu trabalho e fazer o projeto pedagógico da escola voltado para a preparação da prova o mais real possível", descreveu Broetto.
Além de qualidade para o trabalho dele, o professor também percebeu que poderia dar dicas mais próximas da realidade dos candidatos. Ele conta que percebeu uma mudança gradual nessas cinco provas que já prestou.
Em 2016, o Enem acontecia em dois dias consecutivos. "Era cansativo demais, pois no sábado saí do exame com muita dor no pescoço e coluna, por causa da posição em uma sala que o candidato não conhece e nem sempre se adapta. No dia seguinte, saí da segunda prova sem quase conseguir andar. O desgaste físico é muito forte", lembrou.
Já no ano seguinte, a divisão das provas foi diferente. Ciências Humanas e Ciências da Natureza foram divididas em dias diferentes e tiveram como par Matemática ou Linguagem. Porém, em 2017, quando juntaram tudo, o tempo de prova ficou curto. "Eu saí de lá sem conseguir finalizar a prova adequadamente, assim como outros candidatos", conta o professor.
Em 2018, o Inep aumentou em meia hora o tempo de prova, passando para cinco horas de duração cada dia. "Essa meia hora permitiu que fizesse a prova um pouco melhor. A maneira como o aluno responde à prova depende do objetivo dele. Se a pessoa é candidata da área de exatas, ele precisa fazer a prova de Matemática primeiro. O raciocínio vai estar mais descansado no começo, e ele vai fazer melhor. O aluno da área da saúde deve começar por Quimica e Biologia", orienta.
Mário Broetto acredita que a prova do Enem mais bem elaborada é a de Matemática, pois ela explora o raciocínio lógico do aluno e não o deixa refém de fórmulas.
"É possível resolver várias questões sem depender de fórmulas, pois elas valorizam aspectos do cotidiano, envolvem o dia a dia da pessoa. Então é uma prova de Matemática, mas uma pessoa que não estudou tanto tem chances de ter um resultado bom, diferente de Química, Física e Biologia. Nessas últimas, ou você vai abastecido por conhecimento conceitual ou faz quase nada da prova", observa o professor.
Outra mudança que professor percebeu ao longo dos anos foi na prova de Ciências Humanas. "Ela foi se afastando do conceitual e foi se acostumando em questões interpretativas. Ler o enunciado e ter uma boa interpretação já dá um norte da solução para o candidato. A interpretação está diretamente ligada a um bom leitor. Quanto mais lê, mais desenvolve essa habilidade", avalia.
O professor afirma que uma boa dica para qualquer prova do Enem é começar pelo assunto que se tem uma facilidade maior.
No segundo dia de prova, para quem não é de biomédicas, outra sugestão é começar a resolver as questões de Matemática. "Das 45 questões, 20 a 25 serão de raciocínio lógico. O candidato não precisará de fórmula para resolver e será onde terá mais chances de acertar", observa.
Por último, mas não menos importante: atenção com o tempo. Como o candidato não pode entrar com relógio, o tempo é sinalizado de acordo com uma marcação no quadro, mostrando cada meia hora de prova que se passou.
"Não existe relógio na sala de aula, as etiquetas são retiradas a cada meia hora. A pessoa tem que tomar muito cuidado, pois o Enem é cansativo", explicou.
Agora, é fazer uma boa escolha de onde vai sentar - já que as janelas estarão abertas devido à pandemia - levar máscaras, água e uma fruta. Boa prova!
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