Adair Antônia Fernandes, de 43 anos, estava em casa com os filhos de 6 e 3 anos, além do marido, quando a casa onde residiam desabou no bairro da Reserva, distrito de Mimoso do Sul, no Espírito Santo, na noite de sexta-feira (22).
Uma prima da família conversou com o g1 e disse que Adair já foi enterrada no cemitério da cidade, enquanto o marido dela segue internado em Cachoeiro de Itapemirim, após sofrer ferimentos graves. Já o filho mais novo do casal teve ferimentos leves e está em um hospital de Mimoso.
"Teve muito deslizamento de barreira e a casa dela foi uma das atingidas. Todos estavam em casa na hora em que a casa foi atingida. O marido foi resgatado e transferido para Cachoeiro de helicóptero", disse a prima.
A família morava no bairro, que fica na zona rural, há cinco anos. Ainda segundo familiares, o corpo de Adair foi arrastado ela chuva.
"Nós ficamos sabendo sobre a chuva forte no bairro que ela morava através de um dos genros do meu marido, que começou a falar que estava chovendo muito. Como a minha casa é alta, nunca foi enchente, mas dessa vez a água chegou. Eu fui tentar ajudar meu cunhado, que é ex-prefeito da cidade, e acabamos ficando ilhados lá. Estamos perdidos ainda, recebemos muitas informações", comentou a prima.
A Defesa Civil não informou se Adair é uma das 17 vítimas já confirmadas em Mimoso do Sul. Ao todo, são 19 pessoas mortas no Espírito Santo, sendo duas em Apiacá.
Ao todo, no Espírito Santo, 7.287 pessoas estão desalojadas (que foram para residência de familiares ou amigos) e 411 estão desabrigadas, isto é, perderam o imóvel e foram encaminhados a abrigos públicos. Os números foram atualizados no último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual, às 11h.
Segundo apuração da repórter da TV Gazeta, Bruna Hemerly, crianças estariam entre os mortos confirmados em Mimoso. Na cidade, cinco pessoas internadas em lar de idosos estão entre as vítimas.
A Polícia Científica chegou a montar uma força-tarefa para identificação das pessoas que morreram nas enchentes em Mimoso do Sul. Agora, os corpos encontrados serão levados diretamente para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim por ter mais estrutura para os trabalhos.
Segundo informações do jornalismo da Rede Gazeta, todos os corpos que estavam na capela mortuária montada no Centro de Mimoso já foram reconhecidos pelos familiares, e foram liberados para os respectivos sepultamentos. As identidades das vítimas, no entanto, não foram divulgadas oficialmente.
O g1 apurou com representantes da Casa Reviver que as vítimas são pessoas com deficiência, com idades entre 19 e 55 anos, que estavam em uma das casas inclusivas. Todos foram levados para a capela mortuária que foi aberta no município, onde operou um DML improvisado. Entre os mortos, estão:
Os parentes das vítimas já reconheceram os corpos, que foram liberados para o sepultamento. Dos cinco mortos, um era cadeirante e outro era acamado. Todos eram moradores da residência. Nenhum cuidador morreu.
Além das vítimas da Casa Reviver, outras duas mortes foram confirmadas até agora:
Até o último boletim divulgado pela Defesa Civil, às 11h desta segunda, as 6 pessoas que estão desaparecidas são de Mimoso do Sul.
Várias casas totalmente destruídas e alagadas. Em uma das residências em Mimoso do Sul, uma das cidades mais atingidas, uma geladeira chegou a ficar pendurada no teto após o local ter sido atingido por uma enxurrada. A água cobriu residências em vários locais.
Uma das moradoras de Mimoso do Sul que teve a casa atingida vivia no local há apenas um mês com as três filhas pequenas, que não estavam na residência na hora do temporal.
"Foi desesperador. Só agradecer a Deus agora. Graças a Deus, minhas filhas estão vivas, eu estou viva, e agora é começar de novo. Ainda não caiu a ficha de ter perdido tudo, de você ver as suas coisas tudo no barro. Não sei nem o que fazer, estou na adrenalina de acreditar que ainda é mentira", comentou Waine.
O cenário na cidade de 24.475 habitantes é devastação completa. Além de móveis jogados nas ruas e pertences espalhados com lama pela cidade, carros também apareceram revirados e em cima de muros e até telhados. Durante o temporal, até um caminhão dos Bombeiros foi levado pela força da água. Em meio à tragédia, falta comida e água.
Com informações da repórter Viviane Lopes do g1 ES
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