Após perder a esposa com quem estava casado há mais de 20 anos, o eletricista Wellington Banhos diz que o foco agora é cuidar dos três filhos que Maria da Penha Banhos, de 48 anos, deixou. Ela é uma das quatro vítimas do atentado a duas escolas ocorrido em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na sexta-feira (25).
Em conversa com a reportagem de A Gazeta pouco antes do enterro, neste sábado (26), o eletricista diz que a atenção dele e da família neste momento está voltada para os filhos. "A prioridade agora é cuidar das crianças, o foco é esse, ver como elas vão se comportar, o estudo como é que vai ficar. A minha menina estuda no Ifes, o desempenho dela é muito bom".
"Eu quero estar acompanhando, quero ver se não vai ter nenhum problema de síndrome do pânico, alguma coisa relacionada a isso aí. As minhas crianças, agora o foco é neles", contou emocionado durante o velório da esposa, na tarde deste sábado (26)
O casamento com a professora Maria da Penha Banhos resultou em três filhos: uma menina de 7 anos, um menino de 11, além de uma adolescente de 17. "A maior está sentindo bastante, já percebeu a gravidade da situação, já para os outros dois ainda não caiu a ficha, tem que estudar a situação em relação a eles para estar sempre com eles", contou.
"Fortalecer o que minha esposa fazia e fazer agora isso também, as aulas que ela levava, as atividades que ela fazia, o balé, tenho que arrumar uma forma de levar eles nos psicólogos, o olhar da minha menina menor está diferente, tenho que trabalhar para as coisas não desandarem", completou.
Maria Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos, era conhecida como Peinha e dava aulas de alfabetização. Conforme registros da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), ela começou a dar aulas na rede estadual em 2003, sempre com contratos temporários. Ela voltou a dar aulas em 2011 e no início deste ano assumiu novo contrato para dar aulas na EEEFM Primo Bitti, em que foi vítima do ataque.
Segundo a família, Maria da Penha morava no bairro São José, na região central do município. "Ela morreu no lugar que mais amava, dentro da escola, mas não merecia morrer desta forma tão trágica, ainda estou sem chão", disse Santilha Pereira de Melo Perovani, irmã de Maria da Penha.
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