Nove meses depois do ataque à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti, localizada em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, um grupo com 17 professores da instituição veio ao Convento da Penha, em Vila Velha, na Grande Vitória, para agradecer pela vida. O atentado deixou quatro mortos e 12 feridos.
Do grupo que participou da missa, 11 estavam na escola no dia do atentado, entre os quais cinco professoras atingidas pelos disparos feitos pelo atirador de 16 anos, no dia 25 de novembro de 2022.
Uma dessas vítimas é a professora de Inglês Ana Paula Coutinho, que levou um tiro de raspão. Ela relatou que o grupo decidiu aguardar a melhora de todos os colegas que foram alvos dos tiros, pois algumas professoras ficaram impossibilitadas de andar até a completa recuperação.
Assim que todas puderam participar, elas entraram em contato com o Convento da Penha pedindo uma missa em ação de graças pela vida dos sobreviventes do atentado e também para rezar pelas três professoras que morreram no ataque: Maria Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos, Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos, e Flavia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos.
Ana Paula ficou maravilhada com a missa e contou que todos agradeceram à Nossa Senhora da Penha. "Foi muito lindo, o frei foi incansável. Alegraram a gente com uma salva de palmas pelas nossas vidas", disse.
Também participaram da missa: a professora de Biologia Jéssica dos Santos, também atingida com um tiro de raspão; a professora de Biologia Bárbara Melloti, alvo de três tiros; a professora de Língua Portuguesa Aristenia Mancini, atingida por 12 tiros; a professora de História Sandra Regina Guimarães, que levou oito tiros; o professor de Filosofia Luiz Carlos Simora, que ajudou a socorrer as colegas e foi salvo do atirador pelo notebook; e a professora de Matemática Viviane de Oliveira.
Todos esses professores estavam na sala onde o atirador fez a maior parte dos disparos e atingiu as três professoras mortas no ataque.
Além deles, estiveram no Convento da Penha a coordenadora Simone Santiago, o coordenador Antônio Pandolfi, a diretora Rosana Pessoti, a secretária escolar Vanessa Lima. Eles também estavam na Escola Primo Bitti no momento dos disparos, mas em outros espaços.
No dia 25 de novembro de 2022, um ataque a duas escolas deixou quatro mortos e 12 feridos em Aracruz, município do Norte do Espírito Santo.
A investigação apontou que o ataque foi planejado por dois anos e praticado por um jovem de 16 anos que estudou até junho de 2022 no colégio estadual atacado. O criminoso usou duas armas do pai, um policial militar.
Inicialmente, o jovem assassino invadiu a Escola Estadual Primo Bitti, por volta de 9h30, com uma pistola e fez vários disparos logo que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, seguiu até a sala dos professores e fez novos disparos. Na unidade, foram mortas as professoras Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos, e Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos, e Flávia Amboss Merçon Leonardo.
Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na mesma região e a 22 km do centro de Aracruz. Lá, ele atingiu a estudante Selena Sagrillo, de 12 anos, que também morreu.
Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro. Ele foi apreendido ainda na tarde do ataque.
No dia seguinte, sábado, 26 de novembro, a Polícia Civil informou que o criminoso iria responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas. Também no sábado, morreu a professora Flavia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos, que havia sido baleada e estava internada.
No dia 4 de dezembro, o autor do ataque foi condenado a cumprir até três anos de internação. Esse é o tempo máximo previsto na legislação para aplicação a adolescentes como medida socioeducativa.
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