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Professores da Ufes decidem entrar em greve a partir de segunda-feira (15)

Professores da Ufes decidem entrar em greve a partir de segunda-feira (15)

Docentes aprovaram nesta terça-feira (9) a paralisação, que já conta com a adesão de servidores da universidade e professores do Ifes

Publicado em 9 de abril de 2024 às 21:51

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UFES
Aulas serão suspensas na Ufes a partir da próxima segunda-feira (15). (Ricardo Medeiros)

Professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, e reivindicam melhorias na carreira. A paralisação já conta com a adesão de servidores da própria universidade e também de docentes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

No Ifes, a comunicação oficial da greve foi feita na última quinta-feira (4) e a paralisação começou nesta terça (9), enquanto na Ufes a assembleia em que os profissionais decidiram aderir ao movimento, que é nacional, foi realizada nesta terça (9), na sede da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), com suspensão das atividades a partir da próxima segunda (15). Essa proposta recebeu 123 votos contra 65 de outra, que previa a permanência do estado de greve, mas sem data para deflagração do movimento. 

Em pauta nacional unificada, os docentes das instituições federais de ensino pedem reajuste de 22,71%, dividido em três parcelas iguais em 2024, 2025 e 2026. Já o governo federal propõe reajuste zero este ano, e dois reajustes de 4,5% em 2025 e 2026.

Os professores também cobram a equiparação dos benefícios e auxílios com os dos servidores do Legislativo e do Judiciário. Segundo a seção sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), os serviços essenciais serão mantidos durante a greve.

Professores da Ufes decidem entrar em greve a partir de segunda-feira (15)

Diante do resultado da assembleia realizada nesta terça-feira pela Adufes, a Administração Central da Ufes informa, em nota, que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a decisão de paralisação dos professores, em adesão ao movimento nacional da categoria.

No entanto, assim que for oficialmente informada, a Administração Central da Ufes afirma que pretende criar um grupo de trabalho para atuar junto a membros da Adufes, como já vem acontecendo junto aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes).

"A Administração Central reconhece a legitimidade do movimento, mas atuará para que, durante a paralisação, o processo seja conduzido de forma a minimizar ao máximo os impactos para estudantes, técnicos e docentes da Universidade, e para a sociedade. Por fim, a Administração Central da Ufes também se coloca à disposição para encaminhar as propostas do movimento às instâncias superiores, buscando alcançar a melhor das soluções para todas as partes", diz em nota.

Já o Ifes destaca, nas redes sociais da instituição, que a mobilização é nacional e tem reivindicações dirigidas ao governo federal. 

"O Ifes respeita o direito de greve e reitera à sociedade que a deflagração do movimento grevista é uma decisão coletiva, da categoria profissional, definida em assembleia organizada pela entidade sindical. A adesão à greve corresponde ao posicionamento individual de cada servidor. Logo, a decisão sobre a paralisação ou não das atividades nas unidades e na Reitoria do Ifes não é de competência institucional, e poderá haver diferentes percentuais de adesão ao movimento em cada campus", pontua.

A instituição garante, ainda na nota, que quaisquer prejuízos às atividades letivas e administrativas deverão ser compensados posteriormente.

Mobilização

A construção da greve nacional unificada está mobilizando professores de instituições federais de ensino de todo o país. Além da Ufes e do Ifes, docentes de outras universidades e institutos federais já aprovaram a deflagração de greves, como na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais. Pelo menos uma dezena de outras instituições já aprovou indicativo de greve, ainda sem definição de data, que podem ser marcadas em assembleias a serem realizadas ao longo da semana.

Ministério da Educação (MEC), também em nota, destacou que "vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias". A pasta ainda destacou o reajuste concedido pelo governo federal aos servidores públicos, em 2023.

"No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI [Ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos] e, ainda nessa semana, conduzirão reunião da mesa setorial que trata de condições de trabalho".

Servidores parados há quase um mês

Servidores das áreas técnicas e administrativas da Ufes entraram em greve no dia 13 do mês passado. Naquela data havia profissionais de ao menos 32 universidades e institutos federais participando do movimento, buscando melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial.

Segundo o Sintufes, a principal reivindicação é a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnicos (PCCTAE) e o reajuste salarial de 34,32%, também defendido por outros servidores federais. 

Daniel Pompermayer, coordenador de imprensa do Sintufes, afirma que a categoria acumula perdas salariais que já ultrapassam os 53%. Além disso, grevistas também pedem que o orçamento da instituição seja reestabelecido, no mínimo, ao patamar de 2015.

Em nota à reportagem de A Gazeta na ocasião, o Ministério da Gestão, Inovação e Serviços Públicos informou que em 2023, após negociação com as entidades representativas dos servidores federais, concedeu reajuste de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação. Acrescentou que esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos.

Com informações da Agência Brasil

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