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Professores da Ufes mantêm greve mesmo com fim da paralisação nacional

Professores da Ufes mantêm greve mesmo com fim da paralisação nacional

Presidente da Associação dos Docentes da Ufes afirma que a entidade ainda não irá aderir ao fim da paralisação. No Ifes, as aulas serão retomadas

Vitória

Publicado em 24 de junho de 2024 às 14:15

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Greve dos professores da Ufes
Greve dos professores da Ufes. (Ricardo Medeiros)
João Barbosa
Repórter / [email protected]

Professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) optaram por continuar em greve, na contramão da decisão do Comando Nacional de Greve (CNG) de encerrar a paralisação nas universidades e institutos federais de ensino no país. A informação foi confirmada pela presidente da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Ana Carolina Galvão, nesta segunda-feira (24). Já no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), as aulas serão retomadas. 

No domingo (23), após a realização de assembleias estaduais, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), por meio do CNG, decidiu aceitar a proposta de reajuste enviada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e retomar as atividades nas instituições do país a partir desta quarta-feira (26). 

"A reivindicação nacional era de uma recomposição salarial e não aumento salarial, que representava 22,71% para ser dividido em três anos. O governo fez uma contraproposta de 0% para 2024, 9% para 2025 e 3,5% para 2026", disse Ana Carolina, em entrevista ao repórter Paulo Ricardo Sobral, do Gazeta Meio Dia, da TV Gazeta.

"A gente deliberou [no domingo] por continuar a greve, o que foi na contramão [da decisão nacional], mas, ainda assim, como várias outras seções sindicais fazendo essa mesma indicação", completou a presidente da Adufes.

Em nota enviada para a reportagem de A Gazeta, a Adufes informou que, nos próximos dias, deve realizar uma nova assembleia para a definição de mais assuntos ligados à greve.

"Ainda que o Conselho Nacional de Greve (CNG) tenha feito o levantamento das deliberações do conjunto das assembleias, cada universidade tem sua particularidade, data e deliberação própria. Conforme comunicado do CNG, a rodada de assembleias deve ser realizada até 3 de julho. O Comando Local de Greve (CLG) vai se reunir e, em breve, teremos mais detalhes", informou a Adufes.

Em comunicado nas redes sociais, a presidência da Adufes reforçou a decisão em continuar com a greve.

"Nossa decisão foi pela continuidade da greve e a não assinatura [dos termos com o governo] assim como mais de uma dezena de seções sindicais que também decidiram dessa forma. Então a greve continua até que nos façamos uma nova assembleia em que nós precisamos debater como que nós vamos, localmente, organizar o nosso processo de greve", disse Ana Carolina Galvão, informando que o Comando Local de Greve fará uma reunião nesta terça-feira (25).

O Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes) também permanece com o movimento grevista. “O Comando de Greve do Sintufes reuniu-se na manhã de sexta-feira (21) para discutir o andamento da greve. Após um debate sobre as possibilidades do movimento paredista, ficou decidido que é importante continuar na luta, mantendo as atividades nas tendas. No entanto, foi reconhecido que a greve está se aproximando de sua conclusão", informou o Sintufes.

Nos quatro campi da universidade, em Vitória (Goiabeiras e Maruípe), Alegre e São Mateus, as atividades de ensino, pesquisa e extensão estão parcial ou totalmente suspensas desde 15 de abril, quando se iniciou o movimento grevista, impactando mais de 20 mil alunos.

Ifes volta em breve

Diferente a Ufes, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), as aulas serão retomadas. Na terça-feira (18), a base do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica do Instituto Federal do Espírito Santo (Sinasefe-Ifes) aceitou, em assembleia geral, as propostas do governo federal para as carreiras de docente e técnicos-administrativos (TAE), e decidiu por encerrar a greve.

As principais reinvindicações dos trabalhadores do Ifes eram voltadas para recomposição do orçamento do instituto e também dos salários. O pedido era para 22% para professores e 32% para os técnicos, o que não foi atendido pelo governo.

“Tanto o percentual salarial quanto a recomposição orçamentária ainda não se deu da maneira como a gente queria. Mesmo assim, a categoria fez um balanço da greve, que já se arrasta por mais de dois meses e decidiu aceitar essa proposta”, disse Marcos Podestá, diretor-financeiro do Sinasefe-Ifes, sinalizando que há expectativa para retorno das atividades no início da próxima semana.

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Errata Correção
24 de junho de 2024 às 18:31

A decisão da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) de continuar em greve foi na contramão da decisão do Comando Nacional de Greve (CNG) de acabar com a paralisação. Mas não contrariou o CNG, como dito na versão anterior desta reportagem. 

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