A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma ser um dos pontos de maior apreensão para os estudantes. O texto, afinal, vale nota 1.000 e atender às exigências nem sempre é uma tarefa simples. Na última edição do exame, somente 53 estudantes em todo o país alcançaram a nota máxima, dentre eles uma capixaba.
Apesar da proximidade do Enem, cujo primeiro dia ocorre neste domingo (17) para quem optou pela prova impressa, ainda é tempo de pegar as melhores dicas para se dar bem na hora de elaborar o texto.
A reportagem de A Gazeta conversou com professores para falar sobre os erros mais comuns na hora de elaborar uma redação e os temas em evidência que podem cair na avaliação.
A professora de redação Jocemara Matilde ressalta que o primeiro cuidado que se deve ter na hora de produzir o texto é em relação à interpretação da proposta e do texto motivacional. Depois disso, ela explica que é preciso ter atenção a uma questão simples, mas que às vezes passa despercebida:
Essa consciência sobre o conteúdo e a finalidade do texto motivador é que irá permitir o desenvolvimento de uma tese assertiva, com argumentos bem fundamentados e propostas claras para a solução dos problemas expostos.
A professora observa que é comum que as propostas de intervenção apontem simplesmente a necessidade de o governo solucionar determinada situação, mas destaca que somente isso não basta para obter bons resultados.
“O governo tem que fazer algo, claro, mas o Enem pede um olhar diferenciado, que passe também por ações da própria sociedade civil, ONGs e instituições que vão somar e promover mudanças. A gente sabe que o governo tem que fazer mais, mas a proposta de intervenção é: o que dá para fazer agora? Que participação podemos ter?”, explica.
O professor de redação Lúcio Manga observa que o candidato precisa se atentar às cinco competências exigidas. São elas:
Na visão do professor, a segunda competência necessita de uma atenção especial. Isso porque não exige somente a compreensão do texto, mas também que o estudante demonstre aquilo que conhece, isto é, seu repertório sociocultural. Isso implica fazer alusão a autores, pesquisas e até mesmo obras relacionadas.
“Será analisada a relação que se faz do texto com história, filosofia, sociologia, biologia, arte (cinema, literatura, etc.) ou o que for. Ao trabalhar uma linha de articulação, é preciso pensar nas relações que podem ser feitas. Se o participante não utilizar nenhuma referência, não cumpre 100% essa competência e isso tira a chance de obter a nota máxima”, explica.
Ele chama ainda a atenção para a necessidade de desenvolver uma boa conclusão, apresentando os caminhos para solucionar o problema sem ferir os direitos humanos, mas se atentando também a outros pontos: quem vai solucionar o problema, qual será a proposta, como será desenvolvida e qual a sua finalidade.
E para diminuir as chances de erros, o ideal é que o texto seja escrito primeiro na folha de rascunhos, que permitirá uma revisão antes da versão final.
“Mas não se deve revisar o texto imediatamente após a sua conclusão. Terminou? Não olhe para a redação. Faça questões objetivas e espere pelo menos meia hora antes de voltar ao texto", orienta Lúcio Manga.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta