Repórter / abgoncalves@redegazeta.com.br
Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 13:46
Dois professores capixabas que foram ao Peru passear durante o período de férias estão presos no país e não têm previsão de volta ao Brasil. David da Silva e Bárbara Silva, que são irmãos, saíram do Espírito Santo no dia 27 de dezembro, passaram pela Bolívia e ainda chegariam ao Chile antes do retorno para casa, em Cariacica, inicialmente marcado para 16 de janeiro. Os planos, no entanto, mudaram e eles não sabem quando poderão ter segurança novamente. O Peru vive uma onda de manifestações por razões políticas. Até essa quinta-feira (12), 48 pessoas já morreram em decorrência dos atos.
Os dois atuam na rede estadual de educação e planejaram fazer a Rota dos Incas – civilização que ocupou a região de Cusco, no Peru, no século XIII. A viagem, até a última quinta-feira (12), ocorreu sem problemas. Quando acabaram a visita a Machu Picchu, ficaram sabendo que a agência de viagens não realizaria o percurso de volta para Cusco. Horas depois, eles conseguiram apoio do exército local e chegaram a um hotel da cidade, mas o medo de permanecer no país continua.
"Viemos ao Peru fazer visitas, conhecer museus e ir ao Machu Picchu. Conhecemos o lugar, mas, no retorno, ficamos sabendo que o trem não poderia retornar para a estação. Ficamos muitas horas esperando algum parecer da empresa, sabendo que as vias estavam interditadas por manifestantes", afirmou David.
O capixaba tem utilizado as redes sociais para pedir ajuda a políticos do Espírito Santo e do Governo Federal. Em um dos vídeos publicados no Instagram, o professor de matemática mostrou a quantidade de pessoas aguardando algum transporte.
Em entrevista com a reportagem de A Gazeta nesta sexta-feira (13), David e Bárbara relataram o drama que estão vivendo. Os dois estão em um hotel que fica perto de uma praça, no centro de Cusco.
David da Silva
Professor de matemática do Espírito SantoProfessora de química, Bárbara explicou que o pacote comprado por eles dá direito ao transporte e a um guia, mas também a um seguro que poderia ser utilizado durante a viagem. Os dois reclamam de falta de assistência por parte da empresa.
O planejamento inicial era sair do Peru nesta sexta-feira (13) e ir para Santiago, no Chile, onde os dois participariam de um casamento de amigos. No país vizinho, eles ficariam hospedados na casa de conhecidos.
Bárbara Silva
Professora de químicaA reportagem de A Gazeta procurou o Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty para saber se algo está sendo feito para garantir segurança aos brasileiros no Peru e se há alguma maneira de trazê-los de volta para o Brasil. O texto será atualizado assim que houver algum retorno.
Segundo publicado pelo jornal espanhol Público, 48 pessoas morreram até essa quinta-feira (12) em confrontos entre manifestantes e forças de segurança locais. Os populares querem mudanças políticas e que haja responsabilização pelas mortes ocorridas durante os protestos.
As manifestações começaram no início de dezembro, quando o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo. Ele foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses. A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo. Os manifestantes querem a renúncia dela. Nos atos, rodovias têm sido fechadas, prédios incendiados e aeroportos invadidos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta