Dois professores capixabas que foram ao Peru passear durante o período de férias estão presos no país e não têm previsão de volta ao Brasil. David da Silva e Bárbara Silva, que são irmãos, saíram do Espírito Santo no dia 27 de dezembro, passaram pela Bolívia e ainda chegariam ao Chile antes do retorno para casa, em Cariacica, inicialmente marcado para 16 de janeiro. Os planos, no entanto, mudaram e eles não sabem quando poderão ter segurança novamente. O Peru vive uma onda de manifestações por razões políticas. Até essa quinta-feira (12), 48 pessoas já morreram em decorrência dos atos.
Os dois atuam na rede estadual de educação e planejaram fazer a Rota dos Incas – civilização que ocupou a região de Cusco, no Peru, no século XIII. A viagem, até a última quinta-feira (12), ocorreu sem problemas. Quando acabaram a visita a Machu Picchu, ficaram sabendo que a agência de viagens não realizaria o percurso de volta para Cusco. Horas depois, eles conseguiram apoio do exército local e chegaram a um hotel da cidade, mas o medo de permanecer no país continua.
"Viemos ao Peru fazer visitas, conhecer museus e ir ao Machu Picchu. Conhecemos o lugar, mas, no retorno, ficamos sabendo que o trem não poderia retornar para a estação. Ficamos muitas horas esperando algum parecer da empresa, sabendo que as vias estavam interditadas por manifestantes", afirmou David.
O capixaba tem utilizado as redes sociais para pedir ajuda a políticos do Espírito Santo e do Governo Federal. Em um dos vídeos publicados no Instagram, o professor de matemática mostrou a quantidade de pessoas aguardando algum transporte.
Em entrevista com a reportagem de A Gazeta nesta sexta-feira (13), David e Bárbara relataram o drama que estão vivendo. Os dois estão em um hotel que fica perto de uma praça, no centro de Cusco.
Professora de química, Bárbara explicou que o pacote comprado por eles dá direito ao transporte e a um guia, mas também a um seguro que poderia ser utilizado durante a viagem. Os dois reclamam de falta de assistência por parte da empresa.
O planejamento inicial era sair do Peru nesta sexta-feira (13) e ir para Santiago, no Chile, onde os dois participariam de um casamento de amigos. No país vizinho, eles ficariam hospedados na casa de conhecidos.
A reportagem de A Gazeta procurou o Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty para saber se algo está sendo feito para garantir segurança aos brasileiros no Peru e se há alguma maneira de trazê-los de volta para o Brasil. O texto será atualizado assim que houver algum retorno.
Segundo publicado pelo jornal espanhol Público, 48 pessoas morreram até essa quinta-feira (12) em confrontos entre manifestantes e forças de segurança locais. Os populares querem mudanças políticas e que haja responsabilização pelas mortes ocorridas durante os protestos.
As manifestações começaram no início de dezembro, quando o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo. Ele foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses. A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo. Os manifestantes querem a renúncia dela. Nos atos, rodovias têm sido fechadas, prédios incendiados e aeroportos invadidos.
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