Para garantir que a vacina contra a Covid-19 chegasse até uma idosa, três profissionais de saúde de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, se arriscaram em uma prova de amor ao próximo. A enfermeira Lucilene Schultz, a motorista Jucileide Leida e a agente comunitária Elza de Oliveira atravessaram um córrego para imunizar Palmerina da Conceição Souto, de 93 anos, moradora de uma comunidade no interior do município, nesta sexta-feira (12).
As profissionais realizavam o trabalho na comunidade de São Gabriel de Baunilha. Quando se preparavam para aplicar a última dose do dia, o carro que levava as servidoras não conseguiu passar pela estrada, que ficou comprometida devido às chuvas que atingiram o Espírito Santo nos últimos dias. Foi então que uma delas teve a ideia de passar por outro caminho.
Com a caixa de vacinas e os equipamentos necessários, elas enfrentaram o desafio. Após atravessar o córrego, conseguiram chegar até a idosa que vive apenas com um filho que tem necessidades especiais. “Foi um momento super emocionante. Ela está lúcida e ficou super agradecida ao receber a dose”, relata a enfermeira.
Na volta, as profissionais precisariam enfrentar o córrego novamente, mas o desafio, que já era grande, ficou ainda maior. “Enquanto a gente estava vacinando a idosa, começou a chover novamente e o nível do córrego subiu um pouco. A água, que estava na altura do nosso joelho, foi parar na coxa”, lembra.
A enfermeira conta ainda que uma das colegas teve mais dificuldades no retorno, mas depois que a travessia deu certo elas até se divertiram.
Com o sentimento de missão cumprida, elas voltaram até onde o carro ficou. “Preciso confessar que a adrenalina foi bem grande. Mas a gente trabalha por amor então temos que enfrentar essas situações”, orgulha-se Lucilene.
Aos 50 anos, a enfermeira Lucile, conhecida pelos colegas como Lúcia, exerce a profissão há 13 anos. Segundo ela, o amor pela saúde a motivou a ingressar na profissão e se formar aos 38 anos. “Eu sou natural de Pancas e era proprietária de um comércio. Mas esse amor pela saúde me despertou quando eu precisei cuidar do meu pai. Como passava por problemas na minha atividade, resolvi entrar de vez na enfermagem”, relembra.
Trabalhando durante toda a pandemia do novo coronavírus, a enfermeira já contraiu a doença e se recuperou bem da Covid-19. Como profissional da saúde, ela já recebeu a primeira dose da vacina de Oxford.
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