Um projeto de Piúma, no litoral Sul do Espírito Santo, coleta restos de pescado e os transforma em ração animal. O material, antes descartado de forma irregular, agora é coletado pela Farinha de Peixe Anchieta (Fapesa) e utilizado no processo de produção da ração. A parceria foi iniciada em janeiro de 2022 e desde então o subproduto passou a ter destinação certa.
O peixeiro João Carlos Dias informou que as pessoas que trabalham com peixe não sabiam o que fazer e como descartar as vísceras dos animais. “A gente descartava ali na rua chamada Beco da Baiuca. Não sabia aonde jogar, jogava ali, mas era coisa feia, o cheiro incomodava muito. Hoje está 100% (melhor)”, disse.
A reportagem da TV Gazeta Sul apurou que, há pelo menos 50 anos, esse era um problema para os pescadores de Piúma. Sem opção, o jeito era descartar em um local improvisado, na beira do rio. E, além do odor desagradável, gerava ainda poluição e a presença de animais, como urubus.
Em setembro do ano passado, moradores fizeram um vídeo mostrando o descarte irregular de restos de peixes no cais da cidade. Eles alegaram que a quantidade de animais descartada era muito grande e o lugar impróprio para tal atividade.
Na busca por uma solução, pescadores, peixeiros e o poder público resolveram pensar juntos. “Um tempo atrás, os peixeiros fizeram uma denúncia e, juntos da Secretaria de Pesca, pensaram em uma alternativa para esse descarte irregular das vísceras”, contou o secretário de Agricultura e Pesca do município, Rosemárcio Calenzane.
Segundo o secretário, foi feito um chamamento público para que uma empresa que coletasse esse material. “O que antes era jogado no rio, hoje serve de matéria-prima para fazer ração animal”, explicou.
Diariamente, os resíduos são recolhidos das 26 peixarias de Piúma e levados para um frigorífico, até que a empresa faça o recolhimento, que ocorre três vezes na semana.
Desde novembro do ano passado, pelo menos 30 toneladas de vísceras de peixe que seriam descartadas irregularmente, foram transformadas em matéria-prima para produção de ração animal.
A empresa de Anchieta transforma o material em farinha e óleo de peixe para compor os ingredientes da ração. A parceria não gera custos ao município, já que a fábrica fica com todo o material. Para os clientes das peixarias do local, a diferença no ambiente é perceptível. “Agora está tudo muito mais limpo”, falou a psicóloga Regina Castro.
Confira a seguir um vídeo divulgado pela prefeitura da confecção de ração animal utilizando vísceras de pescado.
Para o lugar que antes era um lixão de descarte de restos de peixe, há a pretensão de que seja transformado em uma área de turismo. “A prefeitura já tem um projeto para revitalizar o cais, com luzes para funcionar à noite também, para virar uma área de turismo”, acrescentou o secretário de agricultura e pesca.
Com informações da TV Gazeta Sul.
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