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Protesto pede por justiça pela morte de modelo atropelada em Vitória

Protesto pede por justiça pela morte de modelo atropelada em Vitória

Entre os manifestantes, estiveram amigos, familiares e solidários à causa das vítimas de trânsito, incluindo a mãe da jovem, Adriani Luísa. Manifestação aconteceu na noite desta terça (19)

Publicado em 19 de abril de 2022 às 18:55

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Luísa Lopes
Ato em Camburi pede justiça pela morte de Luísa Lopes. (Fernando Madeira)

Manifestantes realizaram, na noite desta terça-feira (19), um protesto pedindo justiça pela tragédia que tirou a vida da modelo e universitária Luísa Lopes, de 24 anos, atropelada na Avenida Dante Michelini, em Vitória, na última sexta-feira (15). A manifestação começou às 18h e aconteceu em frente ao Clube dos Oficiais, no bairro Jardim da Penha, na mesma avenida onde ocorreu o acidente, e reuniu familiares, amigos e solidários à causa das vítimas de trânsito. Por volta das 20h15, o protesto foi encerrado.

homicídio
Bike ghost é realizada na Avenida Dante Michelini em protesto pela morte de Luísa Lopes. (Alberto Borém)

Entre os manifestantes, estiveram Adriani Luísa, mãe da ciclista, e Renata Aparecida Marques, mãe de Amanda Marques, também vítima de uma tragédia no trânsito ocorrida em abril de 2021, na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha.

Segundo o major Isaac, da Polícia Militar, por volta das 19h20 havia cerca de 500 pessoas participando do ato, sendo que uma parte do público saiu da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e se dirigiu à Praia de Camburi. Já às 19h50, um agente da Guarda Municipal, também presente no local do protesto, estimou que cerca de 600 pessoas estivessem participando.

Fotografias aéreas registram ato pela morte da modelo Luísa Lopes(Diogo Buloto)

Adriani, ao microfone, demonstrou gratidão a todos que compareceram ao ato. "Não tenho palavras para agradecer. Só isso que estou vendo aqui, pessoas juntas. Luísa, eu não tinha dimensão das pessoas, dos grupos, de como eles a acolhiam. Em todos os lugares. Enquanto mãe, a dor é muito grande. Minha fé ficou abalada, fiquei pensando por qual motivo isso aconteceu com Luísa. O motivo foi a motorista. Eu quero justiça. Esse ato tem que ser uma referência para que não aconteça o que está acontecendo”, clamou.

Pai de Luísa, Ivan Lopes também protestou: "Não queria que ninguém estivesse vivenciando isso. É muito difícil. Ainda mais quando a gente se inspira nos nossos. Ela era a nossa alegria, ela passava isso. Não queremos responsabilizar quem não tenha feito nada. Não queremos vingança, não queremos injustiça para quem faz coisa certa. Queremos justiça para quem faz coisa errada”, ponderou.

Em vídeo registrado no local pelo fotojornalista Fernando Madeira, é possível ver os manifestantes entoando a seguinte letra: "Chega de morte, não aguento mais! Nossa Luísa não vale 3 mil reais", em que é feita referência aos valores pagos em fianças por suspeitos de homicídios no trânsito.

O trânsito chegou a ficar interditado nos dois sentidos da avenida. Aqueles veículos que tentam trafegar no sentido Praia do Canto para Jardim Camburi foram desviados para dentro de Jardim da Penha. No sentido contrário, aqueles que faziam o trajeto Jardim Camburi-Praia do Canto, também foram direcionados para dentro do bairro. Neste caso, a interdição ocorreu metros antes. Os veículos não se aproximaram dos manifestantes.

Por volta das 19h30, alguns manifestantes passaram a escrever palavras de ordem no asfalto, como "Justiça por Luísa", e se preparam para pendurar uma bicicleta em um poste da Avenida Dante Michelini, como ato simbólico em memória do acidente. Já às 19h40, foi realizado um minuto de silêncio pelo luto.

Famílias que perderam pessoas vítimas de acidentes estão unidas em protesto por Luísa Lopes(Alberto Borém)

Além do ato desta terça-feira, às 17h desta quarta-feira (20) será realizado um sarau em homenagem a Luísa, no Centro Acadêmico de Oceanografia, no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, é suspeita de ter atropelado a modelo. Ela chegou a ser presa, mas foi solta após pagar fiança. Um vídeo gravado logo após o acidente, mostra Adriana com a voz arrastada e embolada. Ela se negou a fazer teste de bafômetro.

O advogado dela Jamilson Monteiro explicou que na audiência de custódia não houve nenhum indício comprobatório de que Adriana fosse a causadora do atropelamento fatal da ciclista e, que por isso, o juiz de custódia concedeu a liberdade dela mediante o pagamento de fiança de R$ 3 mil. A motorista havia sido presa após o acidente.

Vitória
O carro dirigido pela corretora Adriana Felisberto Pereira atingiu a bicicleta da modelo Luisa Lopes. (Reprodução/TV Gazeta)
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