O jovem Bernardo Alves, de 17 anos, não conseguiu fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (13). Ele contou que foi assaltado em março deste ano, ficando sem a carteira de identidade, além de outros pertences. O candidato foi ao local de prova, em Jardim Camburi, Vitória, com a carteira de trabalho digital e o boletim de ocorrência com o registro do assalto. Mesmo assim acabou impedido de participar do exame por falta da documentação que é exigida dos participantes.
O candidato contou que entrou com o pedido de um novo documento em julho. Mas a carteira de identidade acabou não ficando pronta a tempo da prova, mesmo tendo um prazo estimado de 50 dias para a confecção. Apesar da tristeza com a situação, Bernardo não pretende recorrer contra a barração. "Essa prova seria apenas como teste. No ano que vem, tento para valer", disse.
De acordo com o edital do Enem, para a identificação os participantes devem apresentar documentos originais, com foto. Entre as identificações aceitas estão a carteira de identidade, a carteira nacional de habilitação (CNH), o passaporte e a carteira de trabalho, desde que emitida após 27 de janeiro de 1997. Também são aceitos os documentos digitais e-Título, CNH digital e RG digital, desde que apresentados nos respectivos aplicativos oficiais. A carteira de trabalho digital, apresentada por Bernardo, não consta na lista permitida.
O boletim de ocorrência sobre o assalto, mencionando a perda da carteira de identidade, não teria sido aceito pelos fiscais do Enem, de acordo com o jovem, em função da validade.
“Eles alegaram que o boletim tem que ter validade máxima de 90 dias (três meses)”, disse Bernardo, que registrou a ocorrência na polícia em março, portanto há oito meses. "Não consegui fazer a prova porque eu não tinha RG, mas tinha documento. Eu tinha um e-título, que não tem a foto tirada na biometria; e a carteira de trabalho digital, que não é válida como documento”.
Já em casa, com a família, Bernardo disse à reportagem que agora vai relaxar, antes de se preparar para o Enem de 2023.
"Agora já passou. Pesquisei os documentos que levar antes de ir ao local de prova. Quero tentar Medicina e este ano a prova seria para testar meus conhecimentos. Ano que vem vou estar mais preparado e com todos os documentos em mãos", afirmou o candidato.
Atilio Esperandio é aluno do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este texto foi produzido sob supervisão de Juirana Nobres, editora do g1 ES, e Weber Caldas, editor de A Gazeta
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