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Psiquiatra que apontou arma em shopping no ES pode responder por porte ilegal

Psiquiatra que apontou arma em shopping no ES pode responder por porte ilegal

Especialista em segurança pública explica que o fato de ter usado uma arma de airsoft para ameaçar um atendente de loja não exime o médico Bernardo Santos Carmo do crime, já que ele usou o objeto para ameaçar uma pessoa

Publicado em 22 de junho de 2021 às 12:25

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Bernardo Santos Carmo é o cliente de shopping em Vitória que recusou pedido para uso de máscara e apontou arma para vendedor
Bernardo Santos Carmo é a pessoa que usou uma arma para ameaçar um funcionário de uma loja do Shopping Vitória após se recusar  a utilizar a máscara facial corretamente. (Reprodução / TV Globo)

O psiquiatra Bernardo Santos Carmo, que apontou uma arma contra um atendente de uma loja especializada em papelaria e eletrônicos no Shopping Vitória, pode responder na Justiça por porte ilegal. Esta é a opinião do especialista em segurança pública e professor universitário Henrique Herkenhoff, que, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, nesta terça-feira (22), detalhou o que pode ocorrer com o médico.

No dia 8 de junho, após negar o pedido do funcionário da loja para que colocasse a máscara corretamente para cobrir a boca e o nariz, Bernardo não apenas recusou a solicitação, como sacou uma arma e a apontou em direção ao trabalhador. Câmeras de segurança do comércio registraram a cena.

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, do último domingo (20), o psiquiatra justificou ter usado uma arma de airsoft e agido em legítima defesa por se sentir ameaçado.

O fato de usar uma arma falsa não exime o médico de eventuais processos, visto a atitude que teve. Esta é a opinião de Herkenhoff, que ainda falou sobre este tipo de arma, que se diferencia de uma verdadeira devido à cor laranja na ponta do cano.

Vitória
Henrique Herkenhoff é especialista em segurança pública e explicou as consequências que a atitude do psiquiatra Bernardo Santos Carmo podem ter. (Reprodução/TV Gazeta)

"Essa arma tem sido fabricada e vendida de forma autorizada, porque o simulacro – qualquer arma que possa parecer com arma de fogo – tem fabricação proibida, assim como a comercialização, exceto em alguns casos que tem sido autorizados pelo Exército Brasileiro. É claro que é subjetivo dizer quando um objeto pode ser confundido. Essas armas, na minha opinião, podem ser confundidas por uma pessoa média, assim como também seria muito fácil disfarçar os poucos pontos de diferenciação", analisa.

Ao apontar a arma na direção do atendente, ainda que com uma arma falsa, a pessoa pode ser enquadrada no crime de porte ilegal de arma, visto que usou o armamento para ameaçar ou coagir outra pessoa. "Passa a ser porte ilegal de arma quando você utiliza efetivamente para ameaça", complementa o especialista em segurança pública.

Segundo Herkenhoff, o crime de ameaça independe da utilização de uma arma verdadeira ou falsa, já que o objeto pode infundir medo. A diferença, é que a ameaça não seria concretizada, como pode ocorrer com uma arma real.

INVESTIGAÇÃO

Um inquérito policial foi instaurado e Bernardo Santos Carmo é investigado por ameaça e possível porte ilegal de arma.

O caso está sendo investigado pelo 3º Distrito de Polícia de Vitória. O delegado Agis Wilson Macedo Filho afirmou que já pediu à Polícia Federal informações sobre a existência de porte de arma para o psiquiatra, e que o médico deverá apresentar, na delegacia, a arma que apontou para o atendente. A pedido da defesa, o depoimento dele à polícia foi adiado nesta segunda-feira (21) e deve ser remarcado para os próximos dias. 

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Com informações de Kaique Dias, da TV Gazeta

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