As unidades de pronto atendimento da rede pública no Espírito Santo e hospitais privados estão lotados de pacientes com sintomas gripais. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), inclusive, confirmou que o Espírito Santo atravessa uma epidemia provocada por vírus Influenza. Diante desse cenário, é importante estar atento aos cuidados para prevenir a doença que, embora comum, pode ter graves consequências, principalmente para grupos mais vulneráveis. Uso de máscaras e higienização das mãos são fundamentais, mas não se pode esquecer da vacinação que, mesmo no calendário do país há muitos anos, ainda gera dúvidas como, por exemplo, o momento indicado a tomar o imunizante.
Para esclarecer alguns aspectos relacionados à imunização, é importante também entender sobre a doença. O infectologista Paulo Mendes Peçanha relaciona três tipos de vírus influenza: A, B e C. No grupo A, ainda existem subtipos, dentre os quais se destacam o H1N1, o mais frequente causador da gripe, e também o H3N2, que tem sido o responsável pelo aumento de casos em vários Estados brasileiros, inclusive no Espírito Santo.
“O H3N2 já existia, mas nós conhecemos por uma variante diferente, a Hong Kong. A cepa que está circulando agora e causando as infecções é diferente. É uma mutação que foi recém-descoberta na Austrália e nomeada como Darwin", explica Paulo Peçanha. Amostras de pacientes infectados pelo H3N2 no Estado foram encaminhadas à Fiocruz para sequenciamento genético, de modo a identificar se são ou não da cepa modificada.
Apesar de ser uma variante diferente da gripe, a infectologista Rubia Miossi afirma que praticamente não há diferenças entre os sintomas. “A cepa de H3N2 Darwin é de fato nova, mas os sintomas são os mesmos da gripe. O vírus continua sendo Influenza”, pontua.
O Ministério da Saúde ampliou a campanha de vacinação contra a gripe para todas as idades, a partir de 6 meses. Anteriormente, a vacina era indicada apenas para pessoas com maior probabilidade de desenvolver sintomas graves ou complicações, como idosos, gestantes, crianças até 5 anos e 11 meses e pessoas com doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Ela protege contra diferentes grupos do vírus da gripe, incluindo o H1N1. No caso das vacinas administradas pelo SUS, protegem contra 3 tipos - Influenza A (H1N1) e (H3N2) e Influenza tipo B - e são conhecidas como trivalentes. Já o imunizante das clínicas privadas geralmente é tetravalente, protegendo também contra mais um tipo do vírus Influenza B. Em qualquer caso, a vacina não protege contra nenhuma cepa de coronavírus, incluindo o causador da infecção Covid-19.
O Ministério da Saúde em uma nova recomendação indica que a vacina da gripe e da Covid-19 podem ser aplicadas no mesmo dia, desde que em grupos musculares diferentes, não havendo interferência na eficácia das vacinas.
A eficácia da vacina da gripe tem uma duração que pode variar entre 6 a 12 meses e, por isso, deve ser administrada todos os anos, especialmente durante o outono. Além disso, como os vírus da gripe sofrem rápidas mutações, a nova vacina serve para garantir que o corpo fique protegido contra os novos tipos que foram surgindo ao longo do ano.
Ela é contraindicada para pessoas com alergia ao ovo ou ao látex, assim como para pessoas que tiveram alguma reação alérgica grave a uma dose anterior da vacina. Em qualquer caso, sempre que existe dúvida sobre a vacinação, é recomendado consultar um médico.
Caso a pessoa já esteja gripada, é aconselhado esperar o desaparecimento dos sintomas antes de fazer a vacinação, para evitar que os sintomas naturais da gripe sejam confundidos com uma reação à vacina, por exemplo.
A vacina está disponível para as pessoas que ainda não foram imunizadas e de qualquer faixa etária a partir de seis meses idade. Para se vacinar, é só procurar uma unidade de saúde do município em que mora, levando o cartão de vacina, carteira de identidade, cartão nacional do SUS e CPF.
Não existe uma recomendação formal de revacinar neste momento. Quem deve se vacinar com a dose de influenza 2021 é quem ainda não foi imunizado.
Os efeitos adversos mais comuns são reações no local da aplicação, dor de cabeça, nos músculos, articulações, febre, calafrios e transpiração excessiva. Elas surgem de 6 a 12 horas depois da vacinação e desaparecem em até 2 dias.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta