"Finalmente, honrei a memória da minha filha, agora que ela descanse em paz. E eu quero descansar também", disse Eroteides Regattieri, ao final do julgamento do caso do assassinato de sua filha Gabriela Chermont, depois de 24 anos de sua morte. O ex-namorado da jovem, Luiz Claudio Ferreira Sardenberg, foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão, na noite desta quinta-feira (13). Para uma mãe que perde a filha, porém, não há motivo para celebrações, mesmo após a definição da sentença tão esperada.
Para Eroteides, o alívio da sensação de justiça feita após tantos anos não ameniza a tristeza de saber que nada trará sua filha de volta.
Eroteídes, porém, afirmou que apesar da tristeza nunca nutriu sentimento de ódio. Ela disse que tinha certeza da condenação e que veio no tempo certo.
"Chegou na hora certa, para ele e para mim. Eu sempre estive em paz, eu nunca nutri sentimentos de ódio. Senti muita tristeza ao longo desse tempo, inclusive por ele, por ter feito isso. E a perda da minha filha é irreparável. Ele botou minha vida de ponta cabeça. Eu não tinha dúvida da condenação, nunca tive", exclamou a mãe de Gabriela.
O advogado Raphael Câmara, que faz a defesa do réu, reafirmou a inocência dele. "A defesa respeita a decisão do conselho de sentença e reconhece a grande repercussão dos fatos. Mas reitera que Luiz Cláudio é inocente, conforme afirmaram os peritos da Polícia Civil ao longo de duas décadas e em vários laudos científicos".
Gabriela tinha 19 anos quando morreu, após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, logo foi acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alegava que a vítima cometeu suicídio.
Nessa situação, Luiz Cláudio teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996. Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois os dois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204.
Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar de Gabriela, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada.
Um exame toxicológico realizado à época identificou que Luiz Claudio teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, no sentido de ter tomado apenas cerveja.
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