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Queda nas mortes não significa diminuição da Covid no ES, diz médica

Queda nas mortes não significa diminuição da Covid no ES, diz médica

O Espírito Santo registrou somente um óbito de acordo com a atualização do Painel Covid-19 nesta segunda-feira (2). Porém, a infectologista Rúbia Miossi explicou número é um recorte superficial do cenário da pandemia no Estado

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 12:28

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Médica infectologista Rúbia Miossi em entrevista à TV Gazeta
A  infectologista Rúbia Miossi reforçou o pedido para que as pessoas não normalizem a doença no Estado. (Reprodução/TV Gazeta)

O Espírito santo registrou apenas uma morte decorrente do coronavírus de acordo com a atualização do Painel Covid-19 feita na tarde desta segunda-feira (2) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O número é o menor em meses desde que a pandemia chegou ao Estado. Ainda assim, mesmo com essa redução acentuada nos óbitos, é precismo manter as recomendações em relação à transmissão da doença e não relaxar, afirma a médica infectologista Rúbia Miossi.

Em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, nesta terça-feira (3), a médica reforçou o pedido para que as pessoas sigam usando máscaras e evitem aglomerações. Ela ainda esclareceu dúvidas referentes a uma possibilidade de segunda onda do coronavírus e o estágio atual da doença no Estado. Confira:

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    É uma falsa sensação de que a situação está melhorando. Quando se observa apenas dados diários de ontem ou no máximo de anteontem, ainda mais vindo de um feriadão – onde alguns serviços de informação podem não funcionar porque o servidor pode estar de folga, por exemplo – não temos a real noção de como estamos nessa pandemia. O dado que temos que olhar não é esse, e sim os números consolidados das últimas duas semanas através da curva do Painel Covid-19 do Estado. Nela, verificamos que a primeira onda não desceu. Houve queda do primeiro pico, mas na sequência houve uma estabilização em uma faixa que consideramos ainda alta. Continuamos constantemente notificando casos novos.

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    Quando olhamos separadamente por município, observa que alguns deles vivem algo parecido, como se fosse uma segunda onda. Mas não chamamos assim porque mesmo nessas cidades onde existe um pico maior, até se aproximando do primeiro, a descida da primeira onda ainda não ocorreu até o limite de não ter nenhum caso notificado. Municípios como Vitória, por exemplo, após o dia 7 de setembro, de 10 a 14 dias após essa data, observamos um incremento de novos casos consolidados, em uma crescente.

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    A questão dos óbitos chegou-se a falar e noticiar que em determinado dia não houve mortes em determinada cidade, mas na revisão e contagem das mortes esses óbitos começavam a aparecer. A urgência é em diagnosticar em quem está vivo. Quem infelizmente já morreu, não há tanta urgência em identificar entre quem está doente neste momento. Pode ser que esse caso de óbito venha a ser investigado e só depois venha a ser certificado como Covid-19 com um tempo um pouco maior. Isso tem que ser considerado.

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    Não passou ainda o problema. As pessoas estão vendo a reabertura dos serviços como se as coisas estivessem normalizadas, mas não estão. Lembro que no Estado não foi feito lockdown (fechamento total), nunca houve decreto deste tipo. O que houve foi uma redução do funcionamento do comércio e serviços para que o Estado se organizasse em relação à assistência médica. Uma vez organizado, o governo vai reabrindo e retomando as atividades, porém longe de dizer que a doença passou ou que o pior perigo já foi. Não foi e está exatamente igual ao período quando estava subindo o número de casos antes do mês de maio, que antecedeu o pico no mês de junho.

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    Com certeza. Estamos vindo de uma sequência de feriados a casa 15 dias em média e temos agora outros momentos para nos preocuparmos. Ao final deste mês teremos as semanas de promoções, conhecidas por Black Friday, e sabemos que nesta data existem aglomerações de pessoas comprando nas lojas. Muito provavelmente isso volte a se repetir, ainda que o poder de compra tenha caído um pouco devido à pandemia. E depois em dezembro, temos os feriados de fim de ano, aqueles feriadões prolongados mesmo, portanto a chance de aglomeração aumenta. Não é porque está permitido fazer uma festa para até 300 pessoas que você é obrigado a fazer ou frequentá-la. É preciso pensar que prevenção e cuidado, cada um deve fazer conforme a própria consciência. Frequentar um ambiente desse é colocar em risco não apenas a si, mas também com quem convivemos.

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    A grande diferença entre os dados que utilizamos aqui no Estado, enquanto Secretaria Estadual de Saúde, e os dados que são publicados diariamente no Jornal Nacional é que lá é uma média diária, já aqui uma média dos 7 ou 14 últimos dias. Consideramos aqui no Estado essa dinâmica das duas últimas semanas, e não apenas de um dia. Se o Estado passa dias sem aumentar o número de caso, mas de um dia para o outro aumenta, no Jornal nacional, por exemplo, vai aparecer em vermelho, em termo de crescimento da pandemia. É a mesma coisa para o número de óbitos. O mapa de risco do Jornal Nacional considera apenas os casos novos e óbitos. O do Estado engloba uma matriz mais complicada e que considera muitos fatores, entre eles dinâmica da população, a quantidade de casos novos, número de internações, leitos disponíveis. Esse conjunto de coisas faz com que o município mude de cor ou não no mapa.

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Data: 15/03/2020 - Coronavírus Freepik - Homem em laboratório faz testes para infecção de coronavírus
Os números de novos casos de Coronavírus no Estado segue em patamar elevado. (Freepik)

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Com informações de Carol Monteiro, da TV Gazeta

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