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Queimada pelo ex no ES, mulher conta como ficou a vida após sequelas graves

Queimada pelo ex no ES, mulher conta como ficou a vida após sequelas graves

Em 2018, Marciane Pereira dos Santos teve mais de 40% do corpo queimado depois de o ex-marido botar fogo nela por não aceitar o fim do relacionamento

Publicado em 5 de março de 2022 às 18:00

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Marciane Pereira dos Santo em entrevista à TV Gazeta
Marciane Pereira dos Santos em entrevista à TV Gazeta. (Reprodução)

O dia 8 de setembro de 2018 mudou a vida da diarista Marciane Pereira dos Santos e deixou marcas que o tempo não pode apagar. Após colocar fim em um relacionamento abusivo, ela foi vítima de uma tentativa de assassinato pelo ex-marido, que botou fogo nela por não aceitar a separação. A jornalista e apresentadora Rafaela Marquezini, da TV Gazeta, entrevistou Marciane para saber como está a vida dela mais de três anos depois do crime.

Atualmente, Marciane, que é mãe de dois filhos, mora em Planalto Serrano, na Serra, e precisa lidar com uma rotina cheia de adaptações, seja a própria cadeira de rodas ou utensílios domésticos, como uma colher presa à mão para poder cozinhar e se alimentar. Ela teve mais de 40% do corpo queimado e passou cinco meses no hospital, além das dezenas de cirurgias.

Junto com a mãe no dia da entrevista, estava a filha dela, Manuela, de 8 anos. A pequena tinha apenas 5 anos quando viu a agressão e ainda lembra das cenas de terror. Hoje, ela está aprendendo com a mãe o valor de cada mulher.

Apesar de todas as dificuldades, Marciane consegue seguir a vida com alegria. Hoje ela vive com uma aposentadoria de um salário mínimo, mora de aluguel e sonha em conseguir fazer mais cirurgias para diminuir as sequelas da agressão. O ex-marido de Marciane, André Luis dos Santos, foi preso logo depois do crime e permanece aguardando julgamento. Confira a entrevista na íntegra:

Como era a sua relação com o seu ex-companheiro enquanto vocês estavam juntos? Era uma relação de paz ou já havia sinais de problemas?

  • Até uns 2 anos era uma relação 'ok', depois disso que começou a ficar mais conturbada. Era mais no sentido de palavrão, xingamento. Nunca ele foi de me bater, nunca encostou um dedo em mim. Então as palavras dele eram mais palavras obscenas. 

Você achava que isso poderia evoluir um dia para algo mais grave, como aconteceu, ou você nunca imaginou?

  • Sinceramente não. Porque, como eu sempre falo, eu não sabia que eu sofria violência e achava que a violência era só o bater.

Ele deixou marcas na sua pele, mas por dentro você se considera a mesma pessoa?

  • Ele destruiu tudo o que eu tinha de melhor por fora, a minha beleza, tudo, mas mal sabe ele que por dentro tá tão intacto, tá tão lacrado, que eu continuo a mesma pessoa.

O que você diria para uma mulher que está sofrendo agora algum tipo de agressão e, por medo ou vergonha, não fala para ninguém e não sabe sair dessa relação?

  • Que ela não seja igual a mim. Eu falaria para ela 'denuncia mesmo', vai atrás, vai na delegacia, procura um órgão responsável por isso.

É difícil sair de uma relação abusiva?

  • É. Dependendo do grau que você está, é. Teve um tempo que ele chegou e falou que eu não iria conseguir cuidar dos meus filhos e, por um instante, eu acreditei nele. Mas minha preocupação era tão grande com meus filhos, que eu poderia ter saído, mas eu fiquei com medo de sair quando ele falou aquilo. Eu falei 'será que é verdade?'

Quais são seus sonhos de agora pra frente?

  • Bom, tentar dar uma repaginada na vida, no meu corpo em si, fazer mais algumas cirurgias, e dar continuidade.

Se você está passando por uma relação conturbara e precisa de ajuda, ou conhece alguém que esteja em uma situação parecida, entre em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Com informações de Rafaela Marquezini, da TV Gazeta

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