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Queimaduras por águas-vivas crescem no verão e Camburi tem alta de casos

Queimaduras por águas-vivas crescem no verão e Camburi tem alta de casos

Aumento das temperaturas provoca a proliferação dos animais e, consequentemente, o número de ocorrências. Só em Vitória, já são 18 casos registrados em janeiro, a maioria no fim da Praia de Camburi

Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 18:37

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Água viva: o que fazer em caso de ferimento
Casos de queimaduras por águas-vivas aumentam durante o verão e a Praia de Camburi tem registrado casos em janeiro deste ano. (Pixabay)
Mariana Lopes
Estagiária / [email protected]

O verão e as altas temperaturas formam uma combinação perfeita para quem gosta de aproveitar o calor e se banhar no mar. Mas o aparecimento de águas-vivas no litoral do Espírito Santo preocupa os banhistas. Para se ter uma ideia dos riscos que estes animais apresentam, em todo 2022, foram registrados 38 incidentes apenas na cidade de Vitória. Em janeiro deste ano, já são 18 casos. A maioria deles, segundo a prefeitura da Capital, aconteceram no final da Praia de Camburi

De acordo com o secretário de meio ambiente de Vitória Tarcísio Foeger, a incidência de casos de queimaduras por águas-vivas durante o verão se deve por uma combinação de fatores.

"As águas mais aquecidas atraem estes animais para o nosso litoral nessa época do ano. Como no verão recebemos muitos banhistas, essa combinação faz com que a gente possua um índice maior de ocorrências", explicou o secretário em entrevista à repórter Vanessa Calmon, da TV Gazeta

Nos tentáculos, as águas-vivas têm células - denominadas células urticantes - que soltam um veneno tóxico para a pele e as terminações nervosas dos seres humanos, produzindo uma dor intensa semelhante a uma queimadura por fogo. A dermatologista Marisa Simon contou que a substância venenosa é capaz de causar uma necrose na região afetada. 

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Ele [o veneno] causa uma necrose na região que teve contato com os tentáculos do animal - por isso fica vermelho na hora e logo depois fica marrom -, e causa muita dor, pois ele age também nos nervos que temos na pele e que são responsáveis pela nossa sensibilidade

Marisa Simon
Dermatologista
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Pensando nos cuidados que se deve ter ao encontrar uma água-viva, o biólogo e comentarista da rádio CBN Vitória Marco Bravo, separou dicas aos banhistas. Segundo ele, as mudanças climáticas e o consequente aumento da temperatura do mar causam a proliferação desses animais pelo litoral brasileiro, por isso, é importante ter muita atenção. 

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Encontrou uma água-viva? Não entre na água. Encontrou na areia? Não pise descalços, pois, mesmo na areia, ela pode causar intoxicação

Marco Bravo
Biólogo e comentarista da CBN Vitória
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E quais são os cuidados a se fazer quando for atingido por uma água-viva?

De acordo com o biólogo, não se deve lavar o local da queimadura com água do mar, nem mesmo esfregar o ferimento com areia. "Ao ser queimada, a pessoa deve, primeiramente, sair da água. Caso tenha alguma pinça ou palito, é preciso tentar tirar os tentáculos grudados na pele. Também é importante aplicar vinagre, pois ele tem ácido acético e inibe a ação das células urticantes", explicou.

Caso a pessoa não tenha vinagre, é recomendado procurar um salva-vidas, pois, em locais com alta incidência de queimaduras por águas-vivas, os profissionais são preparados para este tipo de ocorrência.

E quais sintomas?

Segundo Marco Bravo, os sintomas variam de acordo com cada pessoa e dependem também da quantidade e do tipo da toxina. São eles:

Em casos mais graves, é importante que a pessoa procure um atendimento médico. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) também deve ser acionado pelo número 0800 283 9904.

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