Além de ter vivido a primeira missão internacional da carreira, o cabo Samir Pittol Porchera, de 41 anos, foi o único representante capixaba a atuar no combate aos incêndios florestais que assolam o Canadá desde junho. Ao lado de outros 103 especialistas brasileiros, ele desembarcou em solo canadense no dia 13 de julho, para integrar a Missão Humanitária Brasileira.
O trabalho do bombeiro militar durou 41 dias, desde a saída do Espírito Santo até o retorno ao Brasil. Destes, 28 dias foram acampados em três regiões diferentes da província de British Colúmbia. Pittol atuou nas regiões de Becker Lake, próximo ao Alasca; Ossoyos, na fronteira com os Estados Unidos; e Kamloops, na área mais central da localidade.
Ao todo, o capixaba percorreu cerca de 5.200 km em solo canadense, e ainda enfrentou variações de temperaturas de 5ºC a 35ºC.
De acordo com o militar, as equipes brasileiras atuaram sobretudo no rescaldo e no patrulhamento para evitar a propagação subterrânea do incêndio. "Os canadenses ficaram muito felizes com a nossa chegada, porque eles estavam cansados. É um trabalho que já dura meses. Os moradores tinham que sair de casa, e só podiam retornar quando não tivesse mais nenhum foco", explicou.
O cabo retornou na última sexta-feira (25) para o Espírito Santo – mais especificamente Vila Velha, onde mora com a família. Ele ainda deve cumprir algumas agendas relacionadas à missão, mas já volta a trabalhar normalmente no sábado (2), na 4ª Companhia Independente do município canela-verde.
Outro grande desafio para o cabo capixaba foi a saudade dos filhos, Heitor e Benício, de 9 e 4 anos, e da esposa Clarissa Fiares Afonso, com quem está casado há 15 anos. "Apesar de ter ficado em áreas remotas, com difícil comunicação, eu fazia contato com eles sempre que podia. Até porque o Heitor sentiu muito a minha falta", afirmou.
"E minha mulher foi guerreira, também estava batalhando comigo, pois cuidou sozinha dos dois. Foi uma carga dobrada. Sem eles, a minha missão lá, o meu objetivo, não teria dado certo", avaliou Samir.
No ramo há 13 anos, o cabo conta que não tinha sonho de virar bombeiro. O desejo de entrar no serviço público, no entanto, abriu os olhos para que ele migrasse de carreira. Antes de ser militar, ele chegou a trabalhar como professor de Educação Física e na manutenção industrial.
"Sempre gostei de praticar esportes, fazer exercícios físicos, e tentei unir o útil ao agradável. Passei no concurso público. Mas, durante o curso de formação, fui me apaixonando pela atividade. Não me vejo fazendo outra coisa. Parece que realmente nasci para ser bombeiro", ressaltou.
"Foi uma grata celebração para mim ir até o Canadá para a missão. Agradeço muito pela indicação e pelo apoio que me deram", completou.
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