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Quem está por trás de ataques a ônibus no ES? Veja linhas de investigação

Quem está por trás de ataques a ônibus no ES? Veja linhas de investigação

Três veículos do Sistema Transcol foram alvo de ataques criminosos na tarde de domingo (3); um foi completamente destruído pelo fogo e outros dois foram apedrejados

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 14:03

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A ordem para os ataques aos três ônibus do Sistema Transcol em Viana e Vitória, no último domingo (3), pode ter partido de um  presídio onde estariam lideranças do tráfico da Grande Vitória, como afirma Leonardo Damasceno, secretário de Segurança do Espírito Santo.

Como consequência dos ataques criminosos, o policiamento foi reforçado e as viagens das linhas de Viana e as que atendem as regiões dos bairros Santo Antônio e São Pedro, em Vitória, foram suspensas até a manhã desta segunda-feira (4), quando o atendimento foi normalizado.

Ainda no domingo, um menor de idade suspeito de envolvimento nos ataques foi apreendido em Vitória e conduzido à Delegacia Especializada de Adolescentes em Conflito com a Lei (Deacle). Ninguém mais foi preso, entretanto, segundo o secretário de segurança, são seguidas três linhas de investigação em busca de apontar quem orquestrou os crimes.

“O menor apreendido não disse nada de significativo. Ainda assim nossas três linhas ligam a possibilidade de a ordem ter vindo de dentro de um presídio, de os ataques serem decorrentes de um confronto [dos criminosos] com a Polícia Militar no Complexo da Penha, em Vitória ou que sejam retaliações a uma operação do Batalhão de Missões Especiais em Viana, no bairro Operário”, disse Damasceno.

Segundo o secretário, o setor de inteligência das forças de segurança já havia identificado uma reunião do Primeiro Comando de Vitória (PCV) em Viana para que um ataque a uma área comandada pelos traficantes rivais do Terceiro Comando Puro (TCP) fosse organizado. De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, o ataque seria realizado na Serra.

“Essa atuação criminosa coloca a população refém de uma situação lamentável [...] os criminosos estavam sendo caçados pelo Batalhão de Missões Especiais e os ataques podem ter sido realizados com o intuito de desviar a atenção para que pudessem fugir”, disse Damasceno, salientando que os ataques foram coordenados, já que as áreas onde foram registrados são comandadas pela mesma facção criminosa.

Segundo Damasceno, apesar de a investigação estar na fase inicial, os envolvidos na ocorrência já estão sendo identificados graças aos vídeos feitos por populares e compartilhados nas redes sociais.

“Além das imagens de monitoramento das prefeitura e do monitoramento do Estado, temos as filmagens que nos ajudam, pois mostram, com qualidade, o rosto dessas pessoas. É importante que, além disso, a população use o Disque-denúncia (181) para que passem informações de forma anônima para que esses indivíduos sejam retirados de circulação”, complementou o secretário.

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Quando os ônibus do Sistema Transcol são queimados, a população de bem é quem é afetada e que paga as contas, já que esse é um serviço público

Leonardo Damasceno
Secretário Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo
Aspas de citação

Investigação segue com a Polícia Civil

Ônibus incendiado em Canaã, Viana
Ônibus incendiado em Canaã, Viana. (Cristian Miranda / TV Gazeta)

Único detido após a série de ataques, o adolescente detido em Vitória no domingo foi atuado em flagrante por ato infracional análogo aos crimes de associação criminosa, dano ao patrimônio público e por causar incêncio, expondo perigo a vida, a integridade física ou ao patrimônio de outrem, como sinaliza a Polícia Civil (PCES), afirmando que o jovem foi encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase).

Ainda de acordo com a corporação, o ataque será investigado por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Transporte de Passageiros (DCCTP) e, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.

O que diz a Polícia Militar?

Sobre a ocorrência de Viana, segundo a Polícia Militar, o motorista do veículo incendiado relatou que três indivíduos deram sinal, na altura de um antigo material de construção do bairro Canaã, para embarcarem. Um suspeito pegou um galão de combustível atrás do ponto de ônibus e em seguida os três entraram no coletivo, espalharam o combustível e atearam fogo. Cerca de dez passageiros estavam embarcados no momento da ação, mas ninguém ficou ferido. Após o fato, os suspeitos fugiram e não foram localizados.

Em Santo Antônio, na Capital, policiais militares receberam a informação que um grupo criminoso tentou incendiar um ônibus. Uma equipe foi ao local e o motorista relatou que estava na condução do veículo e, ao passar pela Rodovia Serafim Derenzi, em frente à Basílica de Santo Antônio, cerca de dez suspeitos cercaram o ônibus, jogaram um objeto no para-brisa do veículo, quebrando-o e ordenando que o condutor abrisse a porta.

Em seguida, eles atearam fogo no interior do coletivo utilizando o galão de gasolina e fugiram. Posteriormente, chegou a denúncia de que um dos indivíduos estaria passando por um posto de gasolina nas proximidades. Os militares realizaram buscas e ao entrarem na Rua Ernesto Bassini, o suspeito, menor de idade, que já tinha notado a presença dos policiais, correu e se escondeu em uma área de mata, porém foi localizado.

Segundo o coronel Douglas Caus, os ataques teriam ocorrido após a morte de um membro do Primeiro Comando de Vitória (PCV) em confronto com a Polícia Militar, na madrugada deste domingo (3). 

"É possível que tenha relação com a morte de um indivíduo que veio do bairro Argolas acompanhado de outro criminoso. Os dois criminosos têm passagem na Polícia Militar, inclusive por tentativa de homicídio contra policiais militares. Eles também pertencem ao PCV e foram na região do Complexo da Penha participar do baile do Trem Bala. O cerco eletrônico detectou que o veículo era roubado, a Força Tática fez um cerco, tentou uma abordagem, houve uma troca de tiros. Um indivíduo foi baleado, socorrido e veio a óbito. O outro foi preso", explicou o comandante.

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