Quem está infectado com o novo coronavírus não deve tomar a vacina contra a Covid-19. A orientação dos especialistas em saúde é esperar passar o período de isolamento e o desaparecimento dos sintomas.
A imunização foi iniciada no Estado nesta segunda-feira (18) após o governo do Estado receber 101.320 doses de Coronavac enviadas pelo governo federal. A técnica em enfermagem Iolanda Brito, de 55 anos, foi a primeira a ser vacinada em solo capixaba.
O médico infectologista Paulo Peçanha disse que as pessoas diagnosticadas com Covid-19 têm de aguardar "passar a fase aguda da doença" para então buscarem o imunizante. Antes de qualquer decisão, o paciente deve buscar a orientação médica.
Para a pós-doutora em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel explica que "no momento em que as pessoas estão doentes, a indicação é que não se vacinem porque pode haver uma confusão entre os efeitos adversos da vacina e os sinais e sintomas da própria Covid-19".
Já o imunologista, pesquisador e também professor da Ufes Daniel de Oliveira Gomes explicou que não existe protocolo com as diretrizes que devem ser adotadas em relação ao paciente com Covid-19 que busca a imunização.
No entanto, segundo Daniel, independente da Covid-19, uma pessoa doente não pode ser vacinada, mesmo no caso do imunizante promover uma resposta contra a própria doença. Ele exemplifica dizendo que uma pessoa com sarampo não pode ser vacinada contra o sarampo.
"Primeiro, porque essa vacina não vai poder exercer, no sistema imunológico dela, todas as defesas possíveis e potencializar a imunidade naquele momento porque a imunidade está comprometida em responder à infecção. Por isso que a gente espera que a pessoa se cure para que depois possa receber tratamento profilático, que é a vacina para a doença específica."
O mesmo se aplica à Covid, destaca o imunologista. "A Covid tem um período de infecção ativa que gira em torno de 10 a 14 dias. Uma pessoa com Covid precisaria desse intervalo para que a doença fosse eliminada, mas aí considera-se uma margem de mais uns 15 dias para que a possibilidade de infecção seja praticamente nula", explicou.
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