Com muito humor e criatividade, o agricultor, humorista e criador de conteúdo Filipe Galle, de 31 anos, está fazendo o maior sucesso com vídeos sobre a vida na roça. Morador de Barra de São Francisco, na região Noroeste do Espírito Santo, tem mais de 45 milhões de visualizações no TikTok. E os números só tendem a crescer.
Para a reportagem de A Gazeta, Filipe — que nasceu em Mantena, interior de Minas Gerais, mas se considera totalmente capixaba visto que, segundo ele, só nasceu e não ficou nem um dia lá — contou que sempre foi uma pessoa muito extrovertida, brincalhona e alto-astral. Apesar disso, foi somente após um divórcio que começou a gravar os vídeos. "Passei por momentos difíceis. Foi uma fase complicada da vida, mas em julho de 2021 comecei a fazer as gravações para distrair e ocupar a minha mente", contou.
No começo, os vídeos do agricultor eram feitos com o pai, Azenil de Almeida, de 64 anos. Sempre descontraídos, mostravam na internet, de forma extrovertida, como era a rotina na roça, sobretudo a produção de café, que é o negócio da família. Mas como o pai também é comerciante, começou a faltar tempo para as gravações. Agora o próprio Filipe atua como filho e pai.
"A inspiração (dos vídeos) de pai e filho é do cotidiano. Todo mundo se identifica por isso. As ideias vêm do nada, sabe? Às vezes tenho medo de não ter criatividade mais, mas as ideias não acabam. Nunca acabam mesmo”, ressaltou.
Atualmente, o humorista tem 214 mil seguidores no TikTok e mais de 28 mil no Instagram. Ele comentou que tem observado que todos os vídeos que ele publica no TikTok estão viralizando. E isso o deixa muito surpreso. “Tenho um vídeo de oito milhões e pouco (de visualizações), mas o trem explodiu não tem três meses, sabe?!”, comentou.
Segundo o agricultor, os vídeos têm o deixado muito conhecido não só em Barra de São Francisco, como em todo o Espírito Santo. “Em todo lugar que eu vou a galera abraça, quem me conhece, quem vê os vídeos, fala que são bons. O que mais as pessoas comentam é que se reconhecem nos vídeos. 'Nossa, meu pai é desse jeito, nossa, meu pai faz desse jeito'", explicou.
Para o agricultor é justamente o carinho que recebe que o mantém ativo nas publicações. "Eu faço isso pra retribuir o que a internet me deu, que são os seguidores que estão lá. Eu recebo diariamente mensagens de pessoas que falam que mudaram o dia delas depois que veem meus vídeos. Então vejo essa necessidade de estar retribuindo tudo que eu ganhei”, revelou.
De acordo com o agricultor, a criação dos vídeos é toda feita por ele. “E o roteiro fica todo na cabeça. Já tentei escrever, mas não funciona comigo”, falou. Contudo, ele recebe ajuda para gravar de uma pessoa muito especial, a filha Laura Galle, de 6 anos. “Ela dá play, quando eu falo para cortar, ela corta. Mas antes era minha irmã, minha cunhada”, comentou.
Para Filipe, a maior inspiração dele é a pequena Laura porque, no início, ele recebia muitas críticas dizendo que estava passando vergonha nas redes sociais. “Mas minha filha via meus vídeo e morria de rir e falava assim: ‘Pai, você é muito bom!’”, expôs.
Ele reconhece que no começo os vídeos não eram tão bons, porém, foi se aperfeiçoando com o tempo. “Hoje meus vídeos têm uma alta qualidade de edição, de imagem, de atuação”, garantiu, orgulhoso.
Filipe, assim como tantos outros influencers e criadores de conteúdos para as redes sociais, sabe que a exposição na internet pode gerar tanto benefícios quanto prejuízos, dado que, no meio virtual, tudo acontece muito rápido e com um grande número de pessoas.
O produtor de conteúdo, que já recebeu críticas positivas e negativas com a produção de vídeos, alertou que é preciso saber como usar a internet. “A gente não pode usar só como válvula de escape, a gente tem que ter outras coisas. Em primeiro lugar Deus, claro”, pronunciou.
Para o psicólogo Thiago Barbosa, quando bem usadas, as redes sociais podem ajudar a alavancar carreiras e negócios; otimizar processos e estratégias de trabalho; difundir informação, arte e cultura; estreitar laços e conhecer mais pessoas. Por outro lado, o especialista apontou que as desvantagens não estão na ferramenta em si, mas na maneira como é usada. "Por serem um lugar de livre expressão, estamos mais vulneráveis ao criticismo, cyberbullying, assédio e criminalidades das mais variadas", avaliou.
O psicólogo enfatizou ainda que muitas pessoas ficam angustiadas por não terem certo número de curtidas, seguidores ou reações às postagens, “que são comumente os sinais de que estamos sendo enxergados de alguma forma”. E isso pode causar impactos na vida da pessoa, como a ansiedade. “Especialmente para aqueles que trabalham com conteúdo e exposição, é importante e válido pensar sobre o que será publicado ali — se é verdadeiro, se agrega e é relevante. Elas são um meio, um recurso, não o fim”, finalizou.
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