Alguns quiosques localizados entre a Rua Pedro Nolasco e Avenida Duarte Lemos, na Vila Rubim, em Vitória, amanheceram demolidos nesta terça-feira (11). Imagens mostram concreto e entulho no chão, ao lado de uma retroescavadeira com identificação da Prefeitura de Vitória e um veículo da Guarda Municipal. O repórter fotográfico Fernando Madeira, de A Gazeta, foi ao local e ouviu dos comerciantes que o aviso de demolição teria sido informado há três dias e o município não teria disponibilizado qualquer outro espaço para que eles continuem trabalhando.
A demolição, segundo apurado no local, teria acontecido na noite de segunda-feira (10). Na manhã seguinte à destruição foi possível ver que a retroescavadeira ainda estava na Vila Rubim. Comerciantes seguem apreensivos com o risco da prefeitura continuar a demolição.
Uma das pessoas afetadas pela demolição das estruturas é a comerciante Nagela Diniz Belisário, de 56 anos. Ela trabalha no local há cinco anos com uma barraquinha, que, segundo ela, conseguiu "com muita dificuldade".
"Eu quero pedir a esse [prefeito Lorenzo] Pazolini para ele ter piedade de nós, porque precisamos trabalhar. Ele tem que fazer o deve dele, mas não prejudicando nós, que fomos tirados como cachorro. Colocamos ele no poder para ele nos tratar como trabalhador. Eu só quero trabalhar", afirmou.
Nagela Diniz afirmou ao repórter fotográfico Fernando Madeira que foi avisada sobre a demolição há 72 horas e que agora está sem local para trabalhar.
Outra comerciante afetada pela demolição é Maria da Penha Ribeiro, de 55 anos - 30 deles como comerciante na Vila Rubim. Ela também teve o quiosque destruído.
A reportagem procurou a Prefeitura de Vitória para responder sobre a demolição na Vila Rubim. Pontos apontados pelos comerciantes, como falta de comunicação, ausência de um novo local de trabalho e o motivo da demolição, foram questionados por A Gazeta à administração municipal:
Em nota, a Prefeitura de Vitória informou que a demolição foi promovida para "requalificação" da Praça Manoel Rosindo. Os ocupantes dos boxes de 1 a 12 foram notificados no último dia 5 de abril, de forma extrajudicial, para desocuparem os imóveis, segundo a administração municipal.
Segundo a prefeitura, a ocupação dos imóveis não possui amparo jurídico adequado e os boxes demolidos encontravam-se fechados ou estavam sendo utilizados para a comercialização de itens divergentes do que foi autorizado inicialmente. Os ocupantes dos imóveis tiveram o prazo de 72 horas para desocupar os boxes a partir do recebimento da notificação extrajudicial, conforme apontado por uma das comerciantes.
O espaço passará por intervenções necessárias para adequação com o intuito de garantir segurança e bem-estar dos frequentadores e trabalhadores, informou a prefeitura. Perguntada sobre prazos para obras, a administração municipal afirmou que o cronograma final de obras será concluído nas próximas semanas e divulgado para os envolvidos.
Durante uma ação da Guarda Municipal no local na madrugada de hoje (11), os agentes realizaram abordagem a duas mulheres e encontram R$ 193,50 em espécie, 20 pinos de cocaína, três buchas de maconha, 10 papelotes de cocaína e uma caderneta de contabilidade do tráfico de drogas. A dupla foi conduzida para a 1ª Delegacia Regional de Vitória.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta