Uma festa em uma casa de shows da Praia do Canto, em Vitória, promoveu apresentações musicais com aglomeração de pessoas e foi paralisado na noite do último sábado (12) após uma vistoria da Prefeitura da Capital. Segundo o mapa de risco estabelecido pelo governo do Estado, cidades como Vitória, que estão com risco de transmissão do coronavírus em nível moderado, não podem realizar shows.
O evento, que foi chamado pelos organizadores de Pagofunk, foi divulgado pelas redes sociais, mas nas publicações não constavam o local e o horário. Em imagens nas redes sociais, é possível ver a pista de dança do local lotada e as pessoas sem máscaras. O espaço, segundo o site da empresa que administra a casa de shows, comporta 2.700 pessoas. Shows só são permitidos, segundo o mapa de risco, em cidades com risco baixo de transmissão, desde que o público seja limitado a 300 pessoas. Em nenhuma das situações de risco é permitida a atividade de boates.
O humorista Rafinha Bastos, que possui em sua conta no Instagram 1,5 milhão de seguidores, ironizou o evento nos seus stories e o chamou de "roleta-russa" para o contágio. "Estamos indo agora na Praia do Canto, em Vitória, Espírito Santo, direto para uma balada, que é um lugar onde não existe coronavírus, vamos todos para lá agora, Brasil", disse, em um stories publicado em sua página.
Não houve confronto durante a dispersão dos frequentadores.
Segundo o proprietário do Ilha Shows, onde o evento foi realizado, Kaedy Azevedo, a casa estava arrendada para uma outra empresa que exploraria o espaço como bar e restaurante. Ele afirma que o cumprimento das medidas de segurança sanitária estava previsto em contrato e que o Ilha Shows repudia qualquer tipo de aglomeração.
"Lamentamos o ocorrido e tomaremos todas as medidas para em próxima abertura, agora sob comando 100% da casa, aumentarmos o rigor, o distanciamento e a redução ainda maior de participantes", diz trecho da nota. Veja ela na íntegra ao final da matéria.
A reportagem tenta contato desde o fim da manhã deste domingo (13) com os produtores da festa, que arrendaram o local, mas eles ainda não deram retorno. Assim que obtiver resposta, esta matéria será atualizada.
A Polícia Militar também foi procurada, mas, via assessoria de imprensa, disse que ocorrências de plantões anteriores não podem ser acessadas durante o final de semana.
Além da casa de show da Praia do Canto, outros 40 estabelecimentos foram vistoriados no sábado. No total, 14 tiveram atividades paralisadas por irregularidades. A equipe do Comitê Integrado de Combate à Covid-19 atuou também na dispersão de aglomerações em locais como Centro, Rua da Lama e Triângulo. De acordo com a prefeitura, desde 1º de janeiro, mais de 1.800 locais foram vistoriados.
Ainda segundo a prefeitura, um trabalho preventivo e orientativo sobre os protocolos de segurança está sendo feito junto ao Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares) e com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape-ES), para evitar eventos com aglomeração, como os deste sábado.
O Ilhashows esclarece que a casa estava arrendada para uma empresa explorar a casa dentro dos moldes de bar e restaurante exigindo dos mesmos, em contrato, as medidas de segurança como mesas e cadeiras para todos e distanciamento entre as mesmas.
A casa repudia qualquer tipo de aglomeração e pelos problemas apresentados não mais deixará a exploração de terceiros, cuidando a partir de agora de qualquer abertura.
Tratou-se de uma primeira abertura após meses e meses fechado.
A empresa esclarece que durante toda a pandemia se manteve sempre fechada e obedecendo as determinações do governo.
A fiscalização compareceu ao local constatando que havia mesas e cadeiras e a obrigação de entrada com máscara no espaço.
Por se tratar de um espaço amplo a imagem em questão superestima o verdadeiro público presente não mostrando que todo o restante da área encontrava-se vazia.
Lamentamos o ocorrido e tomaremos todas as medidas para em próxima abertura, agora sob comando 100% da casa, aumentarmos o rigor, o distanciamento e a redução ainda maior de participantes.
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