Febre, dor no corpo e um aparente resfriado podem ser reações das vacinas contra a Covid-19, assim como dos demais imunizantes do calendário vacinal. Para quem viveu esses sintomas passageiros, uma boa notícia é que eles diminuem bastante na segunda dose.
Os sintomas são chamados de "reações adversas" e podem acontecer na aplicação de qualquer vacina, não somente a que protege contra o coronavírus. Essa possibilidade é medida antes mesmo de as vacinas serem liberadas para distribuição em massa, como explica a infectologista Jaqueline Rueda.
"Antes de as vacinas serem liberadas para uso em humanos, são feitos testes para ver a segurança delas. Nessa fase de testes, são avaliadas as reações adversas e só são aprovadas as vacinas com reações que são leves e transitórias. Também há o acompanhamento farmacológico após as aplicações na população", detalha Rueda.
Reação adversa moderada é aquela que requer que a pessoa procure um serviço de saúde, e a grave é a que tem prejuízos na saúde, precisando de internação e levando até ao risco de morte. "O mais importante é que a vacina de Covid-19 precisa das duas doses para proteger, e as reações existentes são leves e transitórias. Quando comparado com a doença, o risco-benefício vale muito a pena", completou.
Com exceção da vacina da Janssen que possui dose única para imunização, as demais patentes aplicadas nos brasileiros demandam duas aplicações para garantir a proteção completa contra o coronavírus.
Ao receber a dose complementar, as reações do organismo humano são mais leves, como pontua a médica.
"A primeira dose vai provocar o nosso sistema imune, causando uma reação inflamatória e gerando sintomas significativos no corpo. Já o reforço, a segunda dose, como essa primeira reposta do sistema já aconteceu, então, tende a ter menos inflamações e também menos sintomas, mais leves", detalha Rueda.
Vale lembrar que a maior parte dos imunizantes que atualmente fazem parte do calendário vacinal é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e necessita de mais de uma dose, como a vacina contra a poliomelite (quatro doses) e tétano (intervalo de 10 anos).
Atualmente, a vacina que menos provoca reações adversas é a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com insumos do laboratório Sinovac.
"Na Coronavac é usado o vírus inativo, por isso incomoda menos o corpo. As demais apresentam uma tecnologia nova e é natural que elas tragam alguma reação, pois quase todas possuem algum tipo de vetor viral, seja o vírus vivo ou um componente proteico. A Astrazeneca é a que provoca mais reações, como dor articular, e os estudos apontam 50% de reação nos grupos que a tomam", observa o infectologista e professor Lauro Ferreira Pinto.
O médico descreve que são contratempos normais para qualquer imunizante, mesmo os que não são contra o coronavírus.
"Já usamos vacinas com componente proteico e vírus ativo, como a de pneumonia e a de meningite, que também provocam reações no organismo. Elas podem ser tratadas com medicamentos como paracetamol ou dipirona. Nenhuma dessas reações, porém, se compara com uma internação em UTI ou mesmo intubação que a Covid-19 pode provocar se a pessoa for contaminada", enfatiza o médico.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta