Um grupo com 29 venezuelanos Warao, que estava em Vitória desde o dia 16 de agosto deste ano, manifestou interesse em ir para Juiz de Fora, em Minas Gerais, segundo informações da prefeitura. A manifestação ocorreu na quarta-feira (7), como confirmou a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) nesta quinta (8). A pasta informou que esse era o último grupo remanescente na Capital e que não há mais indígenas da etnia em abrigo na cidade.
"A Semas fez o comunicado ao ACNUR (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), buscando orientação e fez contato com a Secretaria de Direitos Humanos do município, que se prepara para receber os venezuelanos", informou a pasta.
Após tomar ciência da vontade do grupo, a Semas explicou que interveio para providenciar as passagens para a data mais próxima, permitindo que o grupo viaje junto.
"No entanto, deliberadamente na noite desta quarta (7), os indígenas entraram em seis táxis e deixaram a Unidade de Inclusão Produtiva, que servia de abrigo provisório para o grupo, em São Pedro", completou a nota da Semas.
A Semas informou que outro grupo, com 21 venezuelanos, que estava no abrigo provisório até o dia 11, foi até a rodoviária da Capital com o desejo de viajar para Belo Horizonte. O grupo alegou ter um irmão de um dos membros do grupo para recebê-los naquela cidade.
O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados orientou que, diante do desejo deles, a administração municipal não podia impedir que eles seguissem.
"Diante desse fato, a Semas fez contato com a Secretaria de Belo Horizonte e adotou todos os protocolos previstos no SUAS. Após acionada, uma equipe da assistência social de Belo Horizonte esteve na rodoviária para o acolhimento", informou a Semas.
Como o grupo não conseguiu embarcar na noite do dia 11, os 21 venezuelanos foram acolhidos, provisoriamente, no Centro-Pop em uma sala com espaço privativo até o embarque para Belo Horizonte, que se deu no dia 12.
Durante a madrugada do último 16 agosto, um grupo composto por 25 venezuelanos da etnia indígena Warao foi deixado perto da Rodoviária de Vitória. Antes de chegarem ao Espírito Santo, eles estavam em Teixeira de Freitas, cidade do interior da Bahia, que fretou o ônibus para a Capital capixaba.
Cacique da tribo, Ruben Mata, de 37 anos, contou que a chegada ao Brasil se deu por Roraima há cerca de um ano. Desde então, o grupo percorre diversos municípios no país. Em território baiano, ele disse ter recebido a orientação para que viajassem a Vitória, onde as condições de vida seriam melhores.
No entanto, chegando ao Espírito Santo, o grupo ficou em situação de rua durante o restante da madrugada, toda a manhã e parte da tarde — quando acabou transportado para um abrigo provisório cedido pela Prefeitura de Vitória, onde receberam alimentos e cuidados médicos iniciais.
Na época, a previsão era que um novo grupo – com 21 venezuelanos também da etnia indígena Warao – chegaria na sexta-feira seguinte, dia 19 de agosto.
O novo grupo desembarcou na Rodoviária de Vitória na manhã do dia 30 de agosto e foi levado para um abrigo improvisado em São Pedro, também na Capital. De acordo com o cacique Ruben Mata – líder do grupo que chegou em Vitória em meados de agosto –, esses 21 refugiados viajaram por vontade própria ao Estado capixaba, sem qualquer tipo de pressão ou problema. "Eles já estão conosco, no mesmo abrigo. Está tudo certo", comentou.
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