Estudos apontam que os casos de reinfecções pelo novo coronavírus estão mais frequentes neste ano do que em 2020. A afirmação foi dita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva on-line nesta sexta-feira (16).
Na avaliação dele, a aplicação das vacinas é a principal medida de prevenção primária. Sem os imunizantes, os capixabas teriam de conviver com um novo estilo de vida, com medidas e possibilidades de períodos de restrição a atividades sociais e econômicas.
No entendimento da Sesa, a imunidade de rebanho, que ocorre quando o número de pessoas imunes ao vírus atinge uma taxa alta e faz com que ele não encontre pessoas suscetíveis à infecção, não é uma estratégia adequada. Segundo Nésio, não existe uma imunidade pela exposição à doença com uma temporalidade suficiente para preservar a maioria da população.
"Em pacientes que foram infectados pela Covid-19 ao longo do ano passado, estudos apontam que a infecção de leve a moderada pode favorecer algum tipo de proteção à nova infecção por um período de 5 a 6 meses", enfatiza o secretário.
A dois dias de completar um mês de determinação da quarentena preventiva no Estado, Nésio ressaltou o comportamento da pandemia em relação à curva de casos. Agora, serão observadas a redução por novos leitos e a taxa de ocupação. A expectativa é de que a Sesa registre uma queda na curva de casos confirmadas em uma velocidade superior às outras curvas.
"Ainda vivemos um período muito crítico, com muitos pacientes internados, com dificuldades sobrepostas com a oferta de medicamentos. No entanto, não podemos deixar de celebrar esses momentos em que resultados começaram a aparecer devido ao pacto pela vida estabelecido no Espírito Santo", comemora, Nésio.
Estudos coordenados por pesquisadores brasileiros mostram que a reinfecção pelo novo coronavírus é possível. Embora as circunstâncias não estejam totalmente esclarecidas, os resultados apontam uma primeira exposição à Covid-19, em casos brandos ou assintomáticos, pode não produzir resposta imunológica e que a pessoa pode se reinfectar, inclusive, com a mesma variante.
O projeto coordenado pelo pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), mostrou que a segunda infecção pode provocar sintomas mais fortes do que a primeira. Os dados mostram que para a parcela da população que tem a doença na forma branda, isso não significa que fique imune ou que uma reinfecção evolua de forma benigna.
O material indica que o caso de ser infectado pela mesma variante acontece porque o paciente não teria criado uma memória imunológica. Em relação à outra cepa, ela “escaparia” da vigilância do organismo, pois não seria reconhecida pela memória gerada anteriormente por ser um pouco diferente.
“Essas pessoas só tiveram de fato a imunidade detectável depois da segunda infecção. Isso leva a crer que para uma parte da população que teve a doença de forma branda não basta uma exposição ao vírus, e sim mais de uma, para ter um grau de imunidade”, conta Moreno. “Isso permite que uma parcela da população que já foi exposta sustente uma nova epidemia”.
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