O uso de elevadores é bem comum no dia a dia e por conta disso, a morte da aposentada Maria de Lourdes Lessa, de 74 anos, após cair no vão de um elevador da Clínica Reuma (Centro de Reumatologia Avançada) e ser prensada pelo equipamento, chamou a atenção. O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (27), na Enseada do Suá, em Vitória.
Na Capital existe uma lei municipal, sancionada em 2006, que obriga a fixação de placas nas portas de elevadores com advertência aos usuários com seguintes dizeres “ao abrir a porta do elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar”.
A mudança veio após o sócio-proprietário de uma construtora morrer ao cair em um fosso do elevador do edifício que morava, na Praia do Canto, em Vitória, em fevereiro de 2006. Vicente Lorenzon, 85 anos, não percebeu que a máquina não estava no térreo, entrou e acabou caindo de uma altura de um metro e quarenta centímetros, conforme divulgou o jornal A Gazeta na época.
Naquele mesmo ano, no mês de novembro, a comerciante Maria Brito de Melo, estava em um elevador quando o mesmo despencou de uma altura equivalente a seis andares, no bairro Itapuã, em Vila Velha. A mulher feriu o joelho e o ombro esquerdo e, na época, precisou passar por cirurgia.
Em março de 2017, duas pessoas ficaram feridas após a queda do meio de transporte de uma altura de sete metros, em um prédio de Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo.
As duas vítimas eram as únicas pessoas que estavam no elevador, que caiu do segundo andar. Uma mulher teve fratura exposta no pé, e um homem fraturou a perna.
No ano de 2020, o empresário César Viola se machucou quando o elevador da casa dele despencou na Enseada do Suá, em Vitória. Ele precisou passar por cirurgia nos dois braços.
César é dono do cerimonial Casa Maio, anexo à casa dele. No momento do acidente, ele estava dentro do equipamento para ir até o segundo andar da residência. Quando estava saindo, o cabo de aço do elevador rompeu e despencou. No impulso, César colocou as mãos para fora, para tentar se segurar e acabou ficando pendurado, com os braços presos.
Recentemente, em agosto de 2022, uma funcionária de um supermercado de São Mateus, Norte do Espírito Santo, fraturou o fêmur após ficar com a perna presa no elevador de cargas do estabelecimento.
A vítima, Lídia Tomaz do Nascimento, contou para policiais militares que estava com a cabeça dentro do elevador quando o cabo de aço soltou da roldana e ela ficou com uma parte do corpo preso e outra pendurada.
"Eram dois andares. A parte de baixo, operacional de serviços e a parte de cima recebia essa carga produzida no andar de baixo. Em um dos momentos de elevação da carga, ela acabou sofrendo o acidente e ficou presa pelas pernas. O membro inferior direito ficou preso", contou o tenente Pennafort, do Corpo de Bombeiros, à época do caso. Segundo o militar, o resgate durou cerca de 40 minutos.
A porta do elevador que prensou e matou a aposentada Maria de Lourdes Lessa, de 74 anos, nesta quarta-feira (27) abriu sem que o equipamento de transporte estivesse no andar. A situação aconteceu devido a uma falha técnica no sensor, segundo informações de Igor Dadalto, assessor de engenharia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES).
A vítima estava na clínica, localizada na Enseada do Suá, em Vitória, para realizar exame reumatológico de rotina. No local, ela acabou sendo prensada pelo elevador ao cair no vão do equipamento após a porta abrir. A informação foi confirmada pela irmã da idosa, que não quis se identificar.
Maria de Lourdes atuou como assessora do ex-governador Paulo Hartung na época em que político era Chefe do Executivo do Espírito Santo.
A vítima deixa uma filha de 42 anos, uma neta de 23 anos e 10 irmãos. "Estamos em desespero! A família é muito unida e ela não tinha problema de saúde. Ela foi de manhã na consulta, por volta das 9h, e estava normal. Todos estão sem chão", contou a familiar.
Os peritos da Polícia Científica do ES foram ao local e o corpo já foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde passará pelo processo de necropsia. O caso será investigado pelo Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP).
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