Após mais de um ano desde a cessão do Centro Cultural Carmélia feita pela União para o governo do Estado, o espaço segue com obras paradas. Em maio de 2022, as primeiras intervenções iniciadas no local foram paralisadas e o contrato firmado entre a empresa responsável e Secretaria de Estado de Turismo (Setur) rompido.
Agora, a Setur informou que tem trabalhado na elaboração dos projetos para uma nova licitação que contemplará a reforma e o restauro do centro cultural em Vitória. A previsão é finalizar essa etapa ainda em 2023.
A pasta destacou que rescindiu o contrato com a empresa licitada responsável pela primeira etapa da reforma, como noticiado por A Gazeta em 3 de maio de 2022. Essa etapa contemplaria a manutenção do telhado, para corrigir infiltrações, além da manutenção na calçada e o reparo de muros e do jardim. A Setur informou naquele momento que a contratada para as obras não cumpriu o cronograma estabelecido.
A expectativa da Setur era a de concluir os procedimentos para contratação da obra geral de reforma do Carmélia no segundo semestre de 2022. Em entrevista para A Gazeta em outubro de 2021, a então secretária de Estado de Turismo, Lenise Loureiro, informou que o valor do contrato do primeiro estágio da reforma era de R$ 700 mil. Atualmente, a pasta é comandada por Weverson Valcker Meireles.
O espaço integra o projeto do Governo do Estado, denominado “Cidade Administrativa”, que visa a concentrar no Centro da Capital o núcleo administrativo do Estado. No antigo Centro Cultural Carmélia está previsto o funcionamento da Rádio e Televisão Espírito Santo (RTV-ES) – autarquia vinculada à Superintendência Estadual de Comunicação (Secom) – e reabertura do teatro.
Mesmo com a estrutura comprometida, o imóvel era sede da TV Educativa. A Setur informou que todo o aparato da RTV-ES foi transferido e integrado na Avenida Nossa Senhora da Penha (Reta da Penha). Apesar de não ocupar mais o Carmélia, a TVE ainda faz a gestão e mantêm a vigilância do local.
A unificação da RTV-ES ocorreu em novembro de 2022. Depois de 50 anos, as emissoras passaram a estar, novamente, no mesmo local. Todo o processo de unificação durou quatro anos, tendo como marco a chegada do controle-mestre, o “coração” de uma emissora, à sede na Reta da Penha.
Em entrevista dada para A Gazeta em 2021, o diretor-residente da RTV-ES, Igor Pontini, disse que via o futuro do centro cultural como um espaço transmídia. Uma parte seria ocupada pela Rádio Espírito Santo e TV Educativa e a outra com o teatro remodelado, apostando na possibilidade de absorver e captar conteúdos produzidos pela TV e pela emissora de rádio.
"Vamos trabalhar a questão da acessibilidade, com espaços para cadeirantes entre os assentos. O palco deve manter seus 1,278 metros. Devemos investir em equipamentos de iluminação, sonorização, projeção e captação de imagens”, alegou na época.
“Pensamos uma política de ocupação que deve ser feita em parceria com a Secult-ES (Secretaria de Estado da Cultura), para desenvolver apresentações artísticas, projeções audiovisuais, como pequenas mostras de cinema, ensaios de peças, shows musicais e lançamentos de bandas. Além disso, devolveremos projetos educativos envolvendo as escolas com a Secretaria Estadual de Educação", afirmou.
"O teatro deve ganhar uma sala para acomodação de equipamentos musicais e todo o tratamento acústico deve ser refeito, assim, vamos resolver uma das maiores reclamações dos artistas que se apresentavam no local", detalhou o diretor-presidente, também informando que, na área externa, estavam previstos uma cafeteria, banheiros e será feita a separação dos acessos de entrada do teatro e da RTV.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta