Oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por supostos crimes envolvendo lavagem de dinheiro e organização criminosa, em atividades que envolvem também o jogo do bicho. Resultado das investigações da Operação Frisson. A Justiça estadual aceitou a denúncia em julho de 2023, tornando-os réus em ação penal. Dos oito, seis chegaram a ser presos: Jeferson Santos Valadares, Kaio Zanolli, Marciano Cruz de Sá, Demer Freitas Ferreira, Diego Meriguetti e Sérgio Zanolli. Foram liberados por decisão judicial por volta de setembro do ano passado e respondem ao processo em liberdade. Na ocasião não foram detidas Isabela Carreiro Silva Zanolli e Tayssa de Abreu Milanez. No mês de julho deste ano (2024), a Justiça estadual manteve a restrição ao passaporte de todos os denunciados, a proibição de saída do território nacional, entre outras medidas.
O empresário Kaio Zanolli, réu em processo criminal por atuação em organização criminosa e lavagem de dinheiro dos valores obtidos com a exploração do jogo do bicho, está foragido. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) junto com outras sete pessoas. Dos seis que tiveram a prisão decretada, é o único que não foi localizado. Ele está sendo procurado desde o último dia 13, quando foi realizada a segunda fase da Operação Frisson.
Por nota, o MPES confirmou que o mandado de prisão contra o empresário Kaio ainda não foi cumprido por ele não ter sido localizado e que se encontra foragido.
A Polícia Federal informou que uma restrição foi incluída no sistema de migração da corporação para o nome do empresário, o que impede que ele possa deixar o Brasil por via aérea. Nos próximos dias, assim que a Justiça estadual determinar, o nome de Kaio será incluído na lista de procurados da Interpol — a organização internacional de polícia criminal —, com um alerta vermelho, o que permitirá que ele possa ser preso em qualquer país.
Kaio e outras sete pessoas são réus em ação penal após a Justiça estadual aceitar denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra eles por atuação em organização criminosa e lavagem de dinheiro dos valores obtidos com a exploração do jogo do bicho. Para seis delas já foi determinada a prisão e cinco foram presas. São eles:
O único foragido é Kaio Zanolli. A denúncia criminal, já aceita pela Justiça estadual, foi oferecida também contra a esposa de Sérgio, Tayssa de Abreu Milanez, e contra a ex-esposa de Kaio, Isabela Carreiro Silva Zanolli, totalizando oito pessoas.
Ao aceitar a denúncia do MPES, a Justiça estadual também determinou a apreensão de diversos bens do grupo de empresários, incluindo um avião, modelo Cirrus SR22, com avaliação mínima no mercado de R$ 3,5 milhões.
A aeronave estava desaparecida e foi localizada no início da tarde de terça-feira (20). Foi entregue no Aeroclube de Vila Velha, onde foi apreendida, seguindo determinação judicial. Inicialmente havia sido informado que ela estaria em um aeroclube na cidade de Itaperuna, no Norte do Rio de Janeiro, mas não foi encontrada no local.
Com prefixo PR-OHT, tem capacidade para transportar um piloto e três passageiros. Na postagem abaixo, ela foi registrada no Aeroporto de São Mateus.
Dezenas de outros bens, de alto valor, pertencem ao grupo, segundo a denúncia do MPES. Na primeira etapa da Operação Frisson, realizada em junho do ano passado, foram apreendidos:
No último dia 13 foram realizadas novas apreensões na segunda fase da operação. Entre os bens estão:
Além do patrimônio acima, os denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) possuem várias empresas em seus nomes — um deles é sócio da Faculdade Novo Milênio. São ainda proprietários de pontos de jogo do bicho em Vitória e Vila Velha e de sites de apostas.
As investigações apontam que eles partilham a posse de alguns bens, como as embarcações e helicóptero, mas também atuam em parceria nas suas empresas, que seriam utilizadas na lavagem de dinheiro dos valores obtidos com a exploração do jogo do bicho.
Os crimes investigados estão previstos na lei nº 12.850/13 (organização criminosa) e na lei n. 9.613/98 (lavagem de dinheiro).
Segundo nota do MPES, a apreensão do patrimônio “visa não apenas o ressarcimento do valor do dano calculado em R$ 60.491.735,89, mas também atingir o produto/proveito direto dos crimes, bem como aqueles bens que são incompatíveis com a renda lícita dos denunciados, calculados em R$ 64.679.731,06”.
Os telefones celulares apreendidos na primeira fase da operação, incluindo o iPhone, com capa de ouro de 24 quilates, foram devolvidos aos proprietários após extração das informações.
O advogado Josmar de Souza Pagotto, que faz a defesa de Jeferson Valadares, relata que o processo já tramita desde 2021 e que, no período, a defesa procurou demonstrar, prestar esclarecimentos e apresentar comprovações de renda de que as empresas de seu cliente foram fundadas há muitos anos e que não têm relação com ilegalidades.
“Na fase de apuração, apresentamos provas, de receita de procedência lícita, mas neste momento em que se tomou decisão de prisão, não temos conhecimento dos motivos”, informou.
Assinalou ainda que a origem dos recursos do seu cliente está demonstrada no Imposto de Renda. “Queremos compreender o que motivou a prisão e fazer o contraditório”, explicou.
O advogado Anderson Burke faz a defesa de Demer e Marciano. Ele avaliou a prisão de seus clientes como “uma surpresa”. “Tendo em vista que há mais de um ano Marciano e Demer colaboraram integralmente com a investigação para a elucidação dos fatos, bem como demonstraram rigoroso respeito às ordens judiciais de natureza cautelar que foram tomadas pelo juízo competente”, destaca.
Ele relata que, após ver a decisão judicial, fará uma análise mais acurada. "E iremos tomar as medidas necessárias”, destacou Burke.
O advogado de defesa de Sérgio e Kaio Zanolli informou à reportagem que não se manifesta sobre o assunto.
O texto foi atualizado com informações sobre o nome completo das duas mulheres denunciadas pelo MPES.
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